Aprender com o mundo

O Brasil está estruturando um programa de cooperação internacional nas áreas integradas de Ciência, Tecnologia e Inovação. Em viagens recentes aos Estados Unidos e Rússia, e contatos com autoridades da Argentina, China, Coreia do Sul, México e União Europeia, iniciamos novas ou reiteramos antigas tratativas com vistas à solução de problemas nacionais, como o baixo índice de inovação que ainda trava a indústria e o setor de serviços.

País em desenvolvimento, o Brasil participa das agendas científicas da comunidade internacional ao mesmo tempo em que tem de forjar soluções para dificuldades que não afetam as nações mais desenvolvidas. É o caso de doenças tropicais para as quais precisamos criar vacinas, a exemplo da malária, mal de Chagas e leishmaniose.

O progresso científico e tecnológico que almejamos apoia-se no intercâmbio internacional como uma via de mão dupla, sem nenhum viés colonialista, mas, do nosso ponto de vista, sempre atento à soberania e interesse nacionais. A História ensina que não existe ajuda neutra e que por trás dos idealistas dos laboratórios move-se o general comércio. Daí porque as palavras de ordem devem ser transferência conjunta de recursos e conhecimento, e recusa a qualquer tipo de caixa-preta, sem esquecer, obviamente, experimentos duvidosos de que jamais seremos cobaias.

Com os Estados Unidos, maior potência científica do planeta, o Brasil tem uma longa tradição de parcerias que passam ao largo de contradições geopolíticas. Se fomos, por muito tempo, um parceiro consumidor, agora, na globalização, impõe-se uma relação de cooperação e disputa – sobretudo na competição por mercados em que ganhamos terreno, como o de produtos agropecuários.
Mas ainda temos o desafio de compartilhar o planejamento estratégico, e por isso a inovação tecnológica terá destaque na agenda que a delegação brasileira, liderada pela presidente Dilma Rousseff, cumpre na próxima semana em centros de pesquisa americanos.

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