Volume morto

Se a “informação” passada pela jornalista do periódico “O Globo” sobre a reunião com o ex-presidente Lula, for verdadeira. Aliás, cem por cento verdadeiro nunca é! Sempre tem, nesses casos, a introdução de frases e palavras criadas pelos editorialistas. Mas vamos supor que boa parte seja verdade. Não achei nada demais as avaliações e ponderações autocríticas atribuídas ao Lula, durante sua intervenção numa reunião no Instituto que carrega o nome dele.

As pesquisas divulgadas no fim de semana que versa sobre a imagem do governo federal e da Presidenta Dilma, não deve desesperar e nem estimular precipitações. É lógico que a oposição, vai reverberar a exaustão e repercutir durante a semana com discursos e quem sabe convocar atos ou coisa parecida. Situação ruim, embora temporariamente, se encontra o PT, que segundo as pesquisas inclusive, feitas internamente, dão conta de uma tremenda e crescente rejeição que pode repercutir nos planos eleitorais da legenda. A luta é dura e cruenta. Os ataques são diários e repetitivos é inescapável que, a rejeição aumente. Claro que o cenário para todos os partidos está difícil e complicado. Mas como pesquisa é um “retrato” do momento é possível reverter tal realidade. E também nisso o Lula tem razão (se é que disse isso mesmo) a Presidenta Dilma e o governo federal precisam reagir e a reação se dará pela política!

O Plano lançado pelo Governo Federal no último dia 09 de junho é bom. O Programa de Investimentos em Logística prevê investimentos na ordem de duzentos bilhões de reais. Um pacote audacioso e importante. Atende demandas urgentes de Portos, Rodovias e Aeroportos e chama atenção pela consistência. Contudo não era hora e nem é de sair comemorando. E foi isso que muita gente incauta começou a fazer. O respiro temporário, embora justo e correto, sofreu um ataque a partir das pesquisas. Vejo que o alarde em torno delas é parte do processo de luta em curso.

Penso, portanto, que ao lado do PT, do Lula e o Governo Federal que tem mais e melhores instrumentos para fazer política com “P” maiúsculo e assim manter a pauta positiva iniciada com a apresentação do PIL e continuar com uma agenda positiva.

Reivindico que se pense e se aja em atenção ás micros e pequenas empresas. Aqui está o centro, em minha opinião, da questão. Gerar emprego e estimular a economia dando suporte e incentivo a este setor. Desonerando-o, em boa parte, da carga tributária burocrática e por vezes letárgica, dando-lhe créditos incentivados e principalmente permitindo-lhe total acesso a tecnologia e informatização. Buscar pautas coisas positivas não como pirotecnia de marketing, mas com demonstrações concretas de esforço para superar as dificuldades.

O Sebrae desenvolve um bom papel, mas me parece ser um tanto quanto descolado das ações do governo e talvez com uma ação como essa, permitisse uma “vitaminada” na entidade.

Ou seja, ao lado da necessária politização é preciso também tomar medidas para além dos ajustes tão propalados que não agradam ninguém. A oposição, por oportunismo, se diz contra e a base que apoia o governo é contra por convicção. Se o governo reage com política e simultaneamente com ações consequentes pode reverter este quadro antes que se torne uma tendência irreversível.
Está no “volume morto” é uma dessas figuras de linguagem brilhante, das tantas que o Lula nos ofertou. Significa dizer, do ponto de vista técnico, estaríamos, segundo ele, dentro de uma espécie de reserva. Reserva moral e política, em que é preciso reverter, lutar, lutar muito e tentar não errar tanto como nós fizemos nos últimos anos.

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