Luta de dimensão nacional de base

A vida transcorre na cidade aonde a gente vive. Diz-se toda vez que se quer acentuar o papel do município na Federação, sob qualquer propósito – e é verdade.

Caso da quase totalidade das políticas públicas que incidem sobre o cotidiano do cidadão. Emanam de decisões tomadas em Brasília e se concretizam no plano local, aonde pouco se pode fazer para alterar conteúdos essenciais e redirecionar modos e metas.

O raciocínio vale igualmente para as grandes batalhas políticas de dimensão nacional. Se não ganham concretude na base, não prosperam; se não se capilarizam, não adquirem a força necessária para alterar o rumo dos acontecimentos.

Mesmo em tempo de guerra eletrônica e de crescente influência das redes sociais.

Lá atrás, ocorreu com a Campanha das Diretas Já, por exemplo.

Agora pode e deve acontecer com a resistência ao projeto de lei da terceirização. Desde que há alguns dias trabalhadores foram às ruas mobilizados pelas centrais sindicais e entidades populares, o ambiente vem sofrendo alterações na Câmara dos Deputados. A correlação de forças não se inverteu, mas ainda pode mudar – inclusive porque a matéria irá ao Senado e, alterada em seu conteúdo, retornará à Câmara.

Há muito chão ainda a percorrer.

O mesmo se dá em relação à questão política nodal do País hoje: a defesa da democracia, o repúdio às manobras golpistas e a preservação do mandato constitucional da presidenta Dilma.

Urge unir e mobilizar forças em uma frente ampla com enraizamento pela base.

Juntar forças nessa direção encontra, entretanto, alguns obstáculos de natureza subjetiva. Há “sequelas” resultantes dos pleitos bianuais, sobretudo das eleições gerais de outubro passado.

Partidos e lideranças que não frequentaram o mesmo palanque, ou que se colocam em posições diferenciadas em relação ao governo local, tendem a supervalorizar as diferenças em detrimento do objetivo comum.

Mas é indispensável transferir as querelas locais para 2016 e travar agora o bom combate em defesa da nação, do desenvolvimento e da democracia.

O mesmo em relação às reivindicações de caráter corporativo, que embora justas não podem se sobrepor à plataforma nacional.

Portanto, cabe organizar em cada município a coalizão ampla constituída por partidos, líderes políticos, personalidades do meio popular, empresarial, religioso e do mundo da cultura, organizações populares e democráticas.

Lutar nas ruas e nas redes sociais – como propõe o PCdoB -, em defesa da democracia, da legalidade, do mandato legítimo e constitucional da presidenta Dilma; defesa da Petrobras, da economia e da engenharia nacional; combate à corrupção, fim do financiamento empresarial das campanhas; e pela retomada do crescimento econômico do país e garantia dos direitos sociais e trabalhistas

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