Contra a marcha da direita, povo na rua!

Para os que ainda tinham alguma dúvida quanto ao caráter do estado burguês: reacionário, autoritário, corrupto, eivado de ódio de classe e de absoluto desprezo pela soberania nacional, as manifestações de domingo (15 de março) não deixaram qualquer dúvida quanto a essa assertiva.

A bandeira de “combate a corrupção”, repetida como num ensaio bem treinado, e apresentada como o ponto central da mobilização não passa de mera retórica. O que a direita efetivamente quer é tomar de assalto o governo, o que pode ser por impeachment ou golpe militar, inclusive com o auxilio americano como os seus cartazes de seda faziam apologia na caminhada fascista.

A corrupção é uma praga que nós sempre combatemos e continuaremos combatendo, independente de quem eventualmente a tenha cometido. É uma realidade bem distinta do governo FHC, onde os escândalos de compra de votos, de privatarias, do socorro bilionário a banqueiros corruptos alem de não terem sido investigados foram acobertados pelo governo e seu procurador geral, conhecido como “engavetador geral”.

Alguém pode retrucar argumentando que isso é “coisa do passado”. A corrupção não tem época. Agride a decência e a coisa pública em qualquer momento. Mas se por acaso esse argumento tivesse alguma coerência – o que não tem – ainda restava para a direita explicar porque numa manifestação em tese de combate a corrupção só havia pedido de “fora” contra o governo que mais tem combatido a corrupção: o governo Dilma.

Onde estavam as faixas de seda rendada cobrando apuração do mensalão mineiro – até hoje sem julgamento –; do escândalo recente envolvendo o Senador Anastasia (PSDB, MG) e do próprio Aécio Neves; da roubalheira comprovada do metrô de São Paulo, onde o PSDB governa a 20 anos e não consegue sequer suprir a população de água?

Silêncio sepucral. Eles não querem investigar nada, muito menos os seus. Aqui talvez resida um erro tático do nosso governo que, ao investigar a bandalheira que há anos ocorria e era abafada, pode ter passado a ideia – por deficiência de comunicação – que a corrupção ocorreu nesse governo, quando foi ele que enfrentou o problema.

O conteúdo das manifestações da direita é uma verdadeira aula de reacionarismo, preconceito, anticomunismo, servilismo ao império americano, antidemocrático, anti-povo, abertamente golpista. Ali se misturam hordas de fascistas, com uma direita endinheira e corrupta e até resquícios de monarquistas, que ainda não aceitaram sequer a república, quanto mais o “estado democrático de direito”.

Não nos intimidemos. A resposta é reagir com uma pauta progressista, que assegure direitos sociais aos trabalhadores; que denuncie abertamente o golpe militar que eles apregoam; e que impeça o financiamento empresarial de campanha, base essencial de toda a corrupção que sempre assolou o país.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor