Que venha 2015!

Se 2014 não foi o ano que você queria, faça de 2015 o ano que você deseja. Aprender a enfrentar e superar desafios está entre as mais extraordinárias e notáveis capacidade da humanidade. Tiremos lições.

Em 2014 assistimos, como há muito não se via, um embate entre as forças progressistas e de direita muito mais de natureza ideológica do que meramente política.

De um lado as forças progressistas, com apoio de setores de centro, lutando para continuarem no comando do país após 12 anos de governos para continuarem aplicando uma agenda no fundamental progressista.

Entre os erros e acertos são inegáveis os avanços, dentre os quais se destacam: fim da dependência do FMI (fundo monetário internacional); elevação das reservas internacionais; elevação na oferta de trabalho e redução inédita da taxa de desemprego; valorização real do salario mínimo; retomada da construção de moradia popular; ampliação do crédito financeiro empresarial e popular, com destaque para a agricultura familiar; criação de um colchão de proteção social aos socialmente vulneráveis; destinação de parte dos recursos do pré-sal para a educação; reforço nos recursos para a universalização da saúde pública; ampliação de escolas técnicas e universidades federais; universalização do luz pra todos nas mais longínquas comunidades; a redução das desigualdades regionais e a inauguração de algo mais ou menos inédito no mundo: distribuição de renda, mesmo com crescimento econômico modesto.

As forças de direita, por seu lado, agrupadas principalmente em torno do PSDB e DEM, com ramificações em outras pequenas legendas e, principalmente, nos meios de comunicação, tribunais e no grande capital financeiro, lutando para interromper essa pauta e retomarem a maldita agenda neoliberal, cuja essência são as privatizações; o arrocho salarial; a elevada taxa de desemprego; a precarização dos serviços públicos; submissão aos interesses dos americanos e elevação das taxas de juros para aumentar o faturamento de seus banqueiros.

Durante a campanha essa pauta foi, no fundamental, o centro do debate, embora não de forma tão explícita como agora menciono. Mas encerrada a disputa eleitoral, cuja derrota a direita não vislumbrava e certamente tomou todas as medidas para que de fato isso não acontecesse, ela abandonou qualquer veleidade democrática e passou a defender abertamente o golpe militar como recurso para seu retorno ao governo central.

Deixou transbordar todo o ódio de classe contido, todo o preconceito dissimulado e todo o servilismo ao império americano que ela, por necessidade e tática eleitoral, reprimiu durante todo o período eleitoral.

A direita simplesmente não aceita a derrota e destila ódio contra o povo! Deixando evidente seu caráter reacionário, destila ódio contra os nortistas e nordestinos, contra os pobres, mesmo sabendo que parte desses pobres votou neles.

Numa clara evidência de seu caráter antinacional, chegam mesmo a propor a separação do país entre Sul/Sudeste e o restante do país, como foi verbalizado por um tal de Coronel Telhada (Deputado Estadual do PSDB de São Paulo).

Seu caráter reacionário e preconceituoso fica evidente quando ele não exclui de “seu estado” Minas Gerais e Rio de Janeiro (que representam 50% do Sudeste e majoritariamente votou na presidenta Dilma), e tampouco quando ele não inclui no “seu estado” toda a região Centro Oeste e parte do Norte (Roraima, Rondônia e Acre) que majoritariamente votaram em Aécio. É preciso dizer mais? Creio que não. Esse tipo de fascista deveria carregar uma tabuleta pendurada no pescoço com o nome da espécie a qual pertence: Tapirus terrestris, ou melhor: antas!

Mas ele é apenas a parte mais visível de uma corja de reacionários que estavam contidos durante a eleição para que não ficasse ainda mais evidente o caráter reacionário de seu candidato tucano, que pensa exatamente como essa malta de imbecis. FHC, ainda no 1º turno, emitiu igual juízo de valor sobre o nordeste e o norte, sugerindo que o voto em Dilma era por ignorância, uma vez que certamente ele não conhece o termo gratidão.

Nessa hora é importante que todos os brasileiros, independente da posição politica que adotaram na eleição, reflitam sobre qual seria a consequência se esse país tão diverso e contraditório passasse a ser governado por gente com pensamento tão reacionário e preconceituoso contra o Nordeste e o Norte, a ponto de pregarem o odioso separatismo nacional. E todos certamente lembram-se de Aécio reclamando que era “vítima de uma campanha que procurava separar o país em dois”. E agora Aécio, Dilma tinha ou não razão quando denunciava que vocês tinham preconceito contra o povo?

Por outro lado, nessas horas, em decorrência da radicalização natural as posições ficam mais claras e, portanto, mais fácil para que as amplas parcelas do povo façam o seu julgamento de forma serena, mesmo com toda a carga tendenciosa da mídia.

De nossa parte também não resta dúvidas: avançar e consolidar uma agenda progressista é o que está na ordem do dia. Uma agenda que erga bem alto a soberania nacional, diminua as desigualdades regionais, amplie a distribuição de renda, gere emprego e amplie os serviços públicos e essenciais ao povo.

Eis o debate de 2015. Não nos dispersemos!

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