Poucas e boas

Confesso que ao iniciar o ano de 2014 estava otimista. Tinha a nítida impressão que as coisas iriam ser ainda melhores do que foram em 2013, mas hoje após um ano sinto uma frustração que transmito aos amigos e amigas, em forma de um resumido balanço.

A maior delas foi sem duvidas com relação a Copa do Mundo. Diferente de muitos eu não concordei com a excessiva politização dada ao evento. Fui e sou defensor que o nosso país deve entrar e participar sempre destes mega eventos, que além de nos trazer recursos, estimule o turismo de forma mais efetiva. Coisa que ainda infelizmente patina em termos de políticas públicas em nossa pátria. Mas voltando a Copa do Mundo, acho que do ponto de vista organizacional foi um belo teste e o Brasil, passou com honras. Os estádios belíssimos, a organização “estrito senso” e a destacada acolhida do nosso povo aos visitantes foram, sem duvidas, o destaque principal. Mas o que me frustrou na Copa, foi além do “muro de Berlim” na forma dos terríveis 7×1, sofridos, justa e merecidamente pelo escrete canarinho, diz respeito ao sempre polêmico legado. Do ponto de vista geral sempre é polêmico, defender um evento desta magnitude por conta do que ele deixará para gerações futuras em termos de meio ambiente, mobilidade e cultura esportiva. Acho que se não houver uma visão estratégica que contemple, em termos de planos e metas determinada ações, isso não passará de discurso vazio. Mas o pior foi que, em minha opinião, as varias SECOPAs criadas não produziram, no gera,l políticas consistentes nos locais e muito menos o necessário envolvimento social e popular neste evento que teria tudo para sê-lo. Para além da vexatória goleada germânica que se abateu e abateu a nação, o frustrante é ver que nenhuma repercussão em termos de cultura futebolística parece ter sido obtida.

Outro evento importante que marcou o ano e embora permitindo ao povo uma importante vitória. Pois a reeleição da Presidente Dilma, representou, sem duvidas nenhuma, uma vitória daqueles que queriam continuar a mudança. Mudança ainda lenta, complexa e difícil, considerando as circunstancias interna e principalmente externa. Mas o que me deixou frustrado no episódio, foi justamente ter vindo a luz do dia um sentimento de ódio e preconceito que se não me surpreendeu, nos deixou, tenho certeza, tristes. Um país como um nosso pacifico, ordeiro, unido e combativo não merece e não merecia, tantas manifestações de ódio, de preconceito e de racismo explicito, nunca visto, pelo menos por mim. Estados como São Paulo e cidades como SP.BH.RJ , locais em que eu tive condições de visitar durante o processo eleitoral estavam, com exceção de SP, divididas, o que em se tratando destas posições atrasadas já é grave, em torno de questões básicas e importantes como é a tolerância civilizada a opiniões divergentes.

O debate, a disputa, o embate que me animam sempre, não precisa ser eivado dessas práticas visivelmente estimuladas por parte da mídia e por parcelas das elites brancas que ainda tem muito poder em nosso país.

Mas o ano acaba e outro logo se iniciará, junto com a esperança renovada, de um ano melhor.

O que além da Copa do Mundo e das Eleições marcou 2014?

Não vejo um ano com muitos destaques positivos em muitas áreas, mas no esporte além da fantástica conquista do garoto de São Sebastião no surf Gabriel Medina, existem os impressionantes resultados do torneio de natação no Qatar, que nos enchem de ânimo e alegria.

Menção honrosa a torcida do Palmeiras, pois sem time e sem dirigentes, lotou por pura paixão os jogos de futebol ( horrorosos) do verdão. Terminou o ano dando mais uma demonstração de amor ao clube quando superou o Corinthians, com o time com maior numero de sócios torcedores.

E por falar nisso, embora muitos amigos da área não tenha gostado, eu digo que a indicação do Aldo Rebelo para o Ministério da Ciência & Tecnologia foi uma excelente medida da Presidente. O Brasil precisa da capacidade e do telúrismo atávico do Aldo em uma área estratégica para a soberania nacional. A ciência e o desenvolvimento tecnológico são pilares importantes para a construção de uma nação livre e verdadeiramente soberana. O Aldo tem coragem e política para ajudar neste sentido.

Esperança do verbo esperançar e não esperança de quem espera é o que eu desejo a todos e todas.

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