O 8 de março e o George Bush

A vinda ao Brasil do criminoso de guerra, George Bush, na semana do 8 de
março, deu às mulheres latino-americanas e em especial às brasileiras, uma
oportunidade única diante da História e do presente, reafirmando suas
melhores tradições de luta.

Quanto à História, os exemplos são inumeráveis. O nascimento do Dia
Internacional da Mulher é marcado pelo triste 08 de março de 1857, dia em
que 129 operárias têxteis que protestavam contra as péssimas condições de
trabalho e os baixos salários da fábrica Cottom, em Nova Iorque, queimadas
vivas pelos patrões e a polícia. Por este, mas por inúmeros outros casos, o
Congresso Internacional de Mulheres, realizado pela II Internacional em
Copenhague, em 1910, estabeleceu este dia, uma data tão emblemática quanto o
1º de Maio, dias de rebeldia e luta.


 


Ou poderíamos citar Rosa
Luxemburgo[1]<http://mail.google.com/mail/?view=page&name=gp&ver=sh3fib53pgpk#_ftn1>;,
cujo assassinato covarde ao lado Karl Liebneckt pelas Freikorps nazistas
anunciou todos os sinistros que daí adviriam.


 


Mulheres como Cindy Sheehan, que resgata nos dias de hoje o Cantar de Mãe
Alemã <http://www.cecac.org.br/Brecht_Cantar_de_mae.htm>;, pranteando o filho
soldado, amortalhado num uniforme confeccionado por um monstro.


 


Mulheres como as filhas, as mães e irmãs de centenas de milhares de afegãos
e iraquianos assassinados por ordem de Bush. Como a adolescente iraquiana Abeer
Qassim al-Janabi <http://rsurgente.zip.net/images/Abeerh.jpg>;, de 14 anos,
estuprada e morta, assim como sua família (pai, mãe e irmã – que tinha 5
anos).


 


Mulheres como as palestinas de Beit
Hanun<http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2006/11/03/ult1808u78380.jhtm>;,
metralhadas covardemente porque se puseram às dezenas em frente a uma casa
de um dirigente palestino, contrárias ao terrorismo das ''execuções
seletivas'' praticadas por Israel. E as mães e as filhas e as mártires de
Canaã, do Líbano.


 


Mulheres como as mães latino-americanas, condenadas à pobreza pelo
subdesenvolvimento e a superexploração promovidos pelo imperialismo
estadunidense.



E aqui, Anita Garibaldi<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ana_Maria_de_Jesus_Ribeiro>;,
''Heroína de Dois Mundos'', Chiquinha
Gonzaga<http://pt.wikipedia.org/wiki/Chiquinha_Gonzaga>;,
a primeira a reger uma orquestra no Brasil e que não se calou ante a
escravidão, sendo protagonista do movimento abolicionista.



Mulheres como Elza Monerat, Helenira Rezende e Jana Moroni Barroso, de armas
nas mãos no Araguaia, ou tantas seviciadas, torturadas e muitas ainda hoje
insepultas por toda a América Latina, por combater às ditaduras plantadas
por Washington.


 


Mas também aquelas que enfrentam sombrias dores físicas e espirituais,
debatendo-se ante a opressão de padrões inacessíveis de beleza e a sua
indústria.


 


Mulheres que queimaram sutiãs, que nos Estados Unidos travaram batalhas
heróicas pelo voto, e que hoje vêem a sanha conservadora, carola, retardada
de uma política de George Bush, que tenta fazer regredir direitos
conquistados nos
EUA<http://www.vermelho.org.br/diario/2004/0426/0426_aborto.asp>;,
assim como financia campanhas inacreditáveis, estimulando a abstinência
sexual <http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u17839.shtml>;, numa
inaceitável volta ao passado mais tenebroso, ignorando a epidemia de AIDS,
mentindo sobre a eficácia dos preservativos, negando direitos individuais
conquistados com tanto heroísmo por gerações de lutadoras.


 


Poucas vezes ficou tão clara a justeza de uma causa, a rejeição a um tirano,
e tantos crimes contra os as mulheres, os homens, a natureza, a humanidade.
E o 08 de março deste ano, contra a violência covarde que fere e mata as
mulheres, pelo seu direito de escolha, pela igualdade de direitos, deu às
brasileiras a oportunidade de falar pelas mulheres que padecem e lutam em
todo o mundo contra o imperialismo, inimigo de toda a humanidade. Elas, na
sua semana, no Brasil e na América Latina, nas ruas contra o imperialismo.
Vai ser incrível. E me pergunto quem será o homem que não quererá lá estar
para aprender com elas.


 


nota


 


[1]<http://mail.google.com/mail/?view=page&name=gp&ver=sh3fib53pgpk#_ftnref1>;


 


*Epitáfio de Rosa Luxemburgo*


Aqui jaz


Rosa Luxemburg


Judia da Polônia


Vanguarda dos operários alemães


Morta por ordem


Dos opressores.


Oprimidos


Enterrai vossas desavenças!


“Bertolt Brecht”

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor