Meus motivos para votar no segundo turno

Muito além da minha militância, da minha coerência histórica, tenho muita clareza sobre os motivos que me levaram a decidir o voto neste segundo turno da eleição presidencial. É uma lista de motivos, mas vou me concentrar em apenas um deles, para mim, o principal e começo afirmando que voto a favor de uma proposta, a favor de um modelo de construção da nossa nação e não contra este ou aquele grupo político. Voto pela paz e não pelo ódio.

O principal motivo que faz definir o voto é a construção de um projeto de educação que mudará completamente os extratos sociais do país num futuro próximo, que não pode, sob hipótese alguma, sofrer solução de continuidade.

Para quem não se lembra, há menos de 10 anos o financiamento para a educação se restringia da antiga 1ª Série até a 8ª do Ensino Fundamental. Não havia recursos para o atual ensino médio, o pouco ensino técnico que existia nas escolas da rede pública foi desmobilizado (os paranaenses se lembram bem do fatídico Proem, que acabou com os cursos técnicos regulares vinculados ao então segundo grau).

Em 2006 foi criado o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais de Educação), que começou a ser implantado em 2007 e concluído em 2009, garantindo recursos para todas as séries da educação básica, incluindo a educação infantil e o ensino médio.

Só para lembrar que tudo isso foi construído em menos de oito anos. Os gastos públicos em educação saltaram de R$ 14 bilhões em 2002 para R$ 94 bilhões em 2013. É só para lembrar que séculos de atraso na educação não se resolve em uma década. Isso é trabalho para uma geração.

Há menos de oito anos, estudante de ensino médio (antigo segundo grau) não tinha direito a livro didático público, nem merenda escolar. E educação infantil se resumia há algumas creches. Neste período, no país, foram construídos com recursos federais 6.427 centros municipais de educação infantil (veja no seu município). Ainda falta muito, mas passos largos foram dados contra o enorme déficit existente no país.

Garantiu-se o piso nacional da educação, ainda longe dos nossos sonhos como professores e profissionais da educação, mas mais um passo largo em direção a dignidade do magistério.
Abriu-se o debate no país sobre o ensino integral até o ensino médio e estão aí os Institutos Federais para provar que é possível fazer escola pública em tempo integral, com qualidade e no ensino médio.

Aliás, entre 2003 e 2014 foram construídas 422 escolas técnicas no país. No governo anterior, somente 11 e em toda a história anterior, 140. O Brasil começou uma nova forma de encarar a educação. Antes era para alfabetizar e garantir mão de obra barata, hoje se busca espaço não só para garantir recursos para a educação em todos os níveis, mas voltamos a nos preocupar e a formar jovens na área tecnológica e profissionalizante.

Em 2011, foi criado o Pronatec – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego. Hoje com cerca de 7 milhões de alunos matriculados e R$ 14 bilhões de investimentos públicos.

Além de todo este investimento na educação básica e no ensino técnico, recomeçaram os investimentos em universidades federais e públicas, completamente abandonadas na gestão anterior. Foram construídas 18 novas universidades federais e mais de uma centena de campi espalhados pelo interior do país. Só para lembrar de alguns exemplos no Estado do Paraná, onde eu vivo: quando imaginaríamos que cidades como Medianeira, Pato Branco, Apucarana, Dois Vizinhos, teriam universidades tecnológicas federais ou que Foz do Iguaçu e Laranjeiras do Sul teriam universidades federais?

Isso para não falar nas possibilidades de acesso a quem não consegue vaga nas universidades públicas (FIES e PROUNI). E é preciso somar também o Ciência Sem Fronteiras que enviou mais de 100 mil estudantes brasileiros ao exterior.

Muitos atacam o Bolsa Família como um programa meramente assistencialista. Mas quero lembrar o quanto é importante para a educação. Para que os pais possam ser beneficiados pelo programa, uma das exigências é que seus filhos frequentem a escola.

Imagine uma criança, quando começou o Bolsa Família, tinha 7 anos e se manteve na escola até hoje, agora com 18, tem a possibilidade de acesso ao ensino superior ou neste período pode frequentar uma escola técnica. Parece pouco, mas começamos a salvar uma geração.

Com todos estes investimentos em educação logo estaremos diante de uma nova nação, além de tudo, mais justa e inclusiva.

Isso para não falar das políticas para Cultura, que não existiam e de programas como o Mais Educação ou Cultura Viva, ou projetos como o Plano Nacional do Livro e Leitura.

Tudo isso só dá resultado a longo prazo e por este motivo não pode sofrer solução de continuidade. Não quero correr o risco de ver um governo abandonar um projeto de nação como este, baseado na construção já prevista no Plano Nacional de Educação e nos investimentos novos que virão com os recursos do Pré-Sal.

Na próxima semana listo alguns dos meus outros motivos para votar no segundo turno. Vamos falar de combate a corrupção, de economia e de saúde.

Mas, fundamentalmente voto em Dilma 13 pela continuidade do projeto de educação em andamento no país e como os exemplos anteriores não são bons, opto por não correr o risco. Só com a manutenção e ampliação destes investimentos em educação, vamos construir o país que tanto sonhamos e lutamos.

Pela educação, voto Dilma!

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