O barato das eleições

Uma das vantagens da nossa democracia, com tantas eleições, é a variedade de propostas. Este ano temas diferentes dos tradicionais “saúde, educação e segurança pública” ganharam força, mostrando que o eleitor do século 21 está aberto a novas idéias. Isso me remete aos Titãs na clássica mensagem: “a gente não quer só comer, a gente quer prazer pra aliviar a dor”. Digo isso em função da “bandeira” de vários candidatos, propondo a liberação da maconha

Apesar da rejeição de mais de 80% da população, o tema tem sido defendido por candidatos do PSOL, PT, e PSDB em todo País. Embasados no argumento de que a “guerra” contra as drogas fracassou, até o ex-presidente FHC saiu defendendo a liberação da erva.

Os argumentos são de que o Brasil apresenta a terceira maior população encarcerada do mundo, cerca de 700 mil presos, e pelo menos 1/4 seriam vítimas do tráfico e consumo de drogas. Sem contar aqueles que nem conseguem ser julgados e acabam mortos pelo tráfico ou pela repressão da polícia, a maioria jovens negros da periferia.

A discussão é velha. Lembro que noutras partes do planeta as formas de combate às drogas tem sido mais eficientes e a opção não foi simplesmente a liberação. É o caso do Japão e de vários países árabes. Também em nações onde o uso de alguns tipos de drogas foi liberado, o nível de educação, saúde, lazer e segurança pública estão em patamares muito superiores aos nossos e encontram um ambiente bem mais favorável do ponto de vista psicológico e social para as formas de consumo.

As ações antidrogas não devem ser vistas como uma questão unicamente de segurança pública, mas sim de saúde pública. A liberação pura e simplesmente, sem um programa de saúde e educação eficaz, não mudaria em nada os patamares de abandono e desprezo no qual usuários já enfrentam em nosso país, cuja liberação oficial não existe, mas, qualquer pessoa que queira usar sua “drogazinha” sabe exatamente onde encontrar sem problemas…pelo menos para quem tem dinheiro.

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