Senhor do Bonfim no ministério do Trabalho

Nesta polêmica sobre o número ótimo de ministérios, se tantos quantos hoje ou se menos, devemos esclarecer ao propor cortes, aqueles que deverão ser eliminados e os que devem ser mantidos e reforçados.

Em um livro meio sério, meio jocoso, de 1957, o burocrata inglês Parkinson apresentava o número de cadeiras ministeriais em 66 países: de seis em Honduras e Luxemburgo a 38 na então União Soviética (passando por 11 no Brasil) e criava uma hilariante fórmula que dava conta do coeficiente de ineficiência desses ministérios, em que o seu número era apenas um dos muitos elementos para o julgamento (junto com a pressão arterial dos ministros ou a distância, em centímetros, entre eles, na mesa de reunião).

Mas o assunto é sério.

E com seriedade foi tratado no café da manhã oferecido pela CNTU (Confederação Nacional de Trabalhadores Universitários) ao ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, do qual participaram como convidados especiais os ex-ministros Almir Pazzianotto, Walter Barelli e Antônio Rogério Magri e o diretor do DIAP Antônio Augusto de Queiroz.

Todos foram unânimes em destacar a importância do ministério na consolidação e avanço da democracia no Brasil; o ministério do Trabalho e Emprego foi considerado, unanimemente, um dos cinco mais importantes ministérios.

Depois que o ministro Manoel Dias apresentou um consistente relatório do que anda fazendo, a CNTU listou uma série de exigências para o fortalecimento do ministério e elaborou suas propostas para que recupere o protagonismo que lhe é devido. Deve participar em todas as decisões que envolvam os rumos estratégicos da economia, da sociedade, das ações e representações de trabalhadores e empresários.

Não só deve continuar a existir, mas deve ser fortalecido em todas as dimensões.
Ficou no ar, uma vez confirmadas estas posições, a necessidade de encontrarmos- nas disputas eleitorais em curso- um Senhor do Bonfim que encarne, represente, e encaminhe estes desejos.

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