A Palestina precisa mais do que solidariedade
Foz do Iguaçu tem tentado fazer sua parte na defesa da Palestina, na solidariedade ao povo palestino, na denúncia contra o genocídio étnico promovido pelo estado sionista sob os olhos complacentes das potências do mundo.
Publicado 24/04/2014 17:17
Uma lei de nossa autoria, tornou Foz cidade irmã de Jericó (a mais antiga da civilização ocidental), como forma de propaganda da Palestina, de divulgação de seu turismo e de sua cultura. Este ato convocou nossa cidade para realizar todos os anos atos culturais em solidariedade à Palestina. Nesta sexta-feira, quando a lei completa três anos, encerramos a segunda mostra PALESTINA VIVE, uma semana de mostra cinematográfica sobre a Palestina, com debates e apresentações culturais.
Com isso falamos da cultura palestina, promovemos o país, seja no evento e seja na propaganda do evento (imprensa, outdoors), trazemos para a cidade algumas das principais autoridades nacionais sobre o tema e lideranças, fazemos nossa parte.
Fazemos nossa parte?
O Brasil faz a sua parte quando reconhece o Estado Palestino?
Faz, nós fazemos. Mas podemos fazer mais.
Neste momento em que o Hamas e o Fatah assinam um acordo histórico e a resposta sionista é bombardear a Palestina, precisamos fazer mais. Precisamos de mais ações que vão além da solidariedade e da denúncia.
Nós, como humanistas, como brasileiros, precisamos cobrar do governo nacional e das empresas estatais brasileiras ações que impeçam negociações com empresas israelenses, com o governo daquele país genocida. Ações como o mundo fez em relação a África do Sul do apartheid.
Ou o apartheid israelense é defensável?
Só existe uma maneira de fazer o Estado Israelense recuar: o isolamento econômico, cultural e diplomático, já que não vamos conseguir impedir que o império estadunidense continue financiando com seus bilhões o genocídio de um povo, é o caminho que resta. E só será possível se o mundo começar a se mobilizar neste sentido.
Empresas estatais brasileiras e o governo brasileiro realizam ações comerciais com empresas israelenses e com o próprio governo genocida.
Precisamos mudar isso, convencer o governo brasileiro que é necessário algo mais que o reconhecimento, que a solidariedade ou parcerias culturais com a Palestina.
O Brasil precisa defender ações nos organismos internacionais que promovam uma reação além da solidariedade e do reconhecimento do Estado Palestino. Precisa promover o debate sobre o isolamento diplomático de Israel, o boicote econômico e atitudes como isolamento cultural e esportivo.
Vão argumentar que isso prejudica o povo israelense, mas e o povo palestino, quem defende?
Além do massacre ao povo palestino, do genocídio étnico, contínuo, Israel apaga a memória da humanidade quando destrói os monumentos palestinos com suas bombas e faz isso propositalmente, já que entre suas intenções está apagar a história da existência do povo palestino. Não esqueçamos que a origem da chamada civilização ocidental está justamente no território palestino.
Precisamos fazer mais, antes que não tenhamos muito o que fazer, a não ser lamentar e condenar.