Com Maduro, pela América Latina.

Não há espaço para tergiversações: o que tem ocorrido na Venezuela nos últimos dias não é nada menos do que mais uma tentativa de golpe de estado. Desesperada com as sucessivas derrotas eleitorais, a extrema direita venezuelana, com apoio dos EUA, trabalha dia e noite para depor o presidente Nicolás Maduro e interromper o ciclo de mudanças que a Revolução Bolivariana, iniciada por Hugo Chávez, vem promovendo no país.

O ápice dessa nova empreitada golpista ocorreu no dia 12 de fevereiro, quando manifestações lideradas pelo oposicionista de extrema direita, Leopoldo López, resultou em confrontos que causaram a morte de três pessoas e mais de duas dezenas de feridos. De acordo com a versão reproduzida por López – e amplamente repercutida pela mídia internacional – a culpa dessas mortes é do governo venezuelano. Exigem, portanto, a imediata renúncia de Maduro.

Não se trata de um expediente novo. Em 2002, a oposição acusou o então presidente Hugo Chávez de ser o responsável por várias mortes ocorridas em confrontos entre manifestantes pró e contra o governo. As emissoras de TV privadas reproduziram vídeos em que chavistas supostamente atiravam contra uma multidão indefesa. O objetivo era passar a ideia de que Chávez e seus partidários não passavam de genocidas, argumento que foi decisivo para criar as condições que “justificassem” a deposição do então presidente.

Como sabemos, a farsa não se sustentou. Filmando as mesmas manifestações por ângulos diferentes, os cineastas irlandeses Kim Bartley e Donnacha O’Brian provaram que as imagens repetidas exaustivamente pelas emissoras de TV não passavam de montagens. O resultado desse trabalho pode ser conferido no brilhante documentário “A Revolução Não Será Televisionada” (Chávez: Inside The Coup, Irlanda, 2003, 74 min.). Chávez, que chegou a ser retirado à força do poder, retornou em menos de 48 horas graças a uma imensa reação popular que se seguiu.

Os fascistas de hoje adotam a mesma tática. O objetivo é confundir o povo e criar um clima de terror e caos, tornando o país ingovernável e abrindo as portas para um golpe. Por lá, os mascarados também tomam a frente dos protestos, protagonizando várias cenas de violência.

Porém, se depender de Maduro, eles não passarão. O sucessor de Chávez tem convocado manifestações em defesa da Revolução e, em uma marcha realizada no último dia 14 de fevereiro, afirmou: “Se um golpe ocorresse, a revolução pacífica e democrática vivida atualmente poderia mudar seu caráter, talvez para um caráter armado”. Em seguida, expulsou três diplomatas estadunidenses que conspiravam contra o governo.

Com isso, mostra que está alerta e pronto para defender de todas as formas a vontade da maioria do povo venezuelano. Nessa luta, ele deve contar com o apoio incondicional e a solidariedade de toda América Latina, que não está mais disposta a ser quintal dos ianques.

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