Salário mínimo

Os dados econômicos e sociais disponíveis não permitem que ninguém desconheça que o Brasil tem uma das piores distribuições de renda do planeta, apesar de figurar entre as 10 maiores economias do mundo. Essa distribuição desproporcional se estende aos ser

Assim, uma análise da política de cada governo em relação ao salário mínimo permite mensurar o compromisso desses mandatários na superação desta política de brutal concentração de rendas.



Quando Getulio Vargas instituiu o salário mínimo, em 1940, o seu poder aquisitivo era equivalente a 352 reais atuais. No governo Dutra, 1950, ele foi reduzido para 150 reais, o menor poder aquisitivo de toda a sua história. Atingiu seu maior valor em 1955, novamente com Vargas, quando chegou a 419 reais. Em 1960, com Juscelino, valia 366 reais. A partir de então sofreu uma sistemática redução. Na ditadura militar e início do governo Sarney, entre 1965 e 1985, oscilou de 350 para 290 reais. Caiu para 250 reais com Collor. No governo FHC foi reduzido a 222 reais, se aproximando de seu menor valor histórico. E com Lula, finalmente, o salário mínimo interrompe a trajetória de queda.



Essa recuperação sistemática, embora ainda muito modesta, faz parte da política de valorização real do salário mínimo adotada pelo governo Lula. O valor de 380 reais, anunciado para 2007, só será inferior aos 419 reais da era Vargas.



Toda vez que o salário mínimo tem aumento real há uma melhora na distribuição de renda; e toda vez que ele diminui o fosso se amplia. É um importante termômetro para medir o humor político das amplas massas de assalariados.



A curva do salário mínimo talvez explique porque, não por acaso, Getulio Vargas e Lula estão entre os presidentes de maior apoio popular.


 

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor