Salário mínimo
Os dados econômicos e sociais disponíveis não permitem que ninguém desconheça que o Brasil tem uma das piores distribuições de renda do planeta, apesar de figurar entre as 10 maiores economias do mundo. Essa distribuição desproporcional se estende aos ser
Publicado 27/12/2006 19:28
Assim, uma análise da política de cada governo em relação ao salário mínimo permite mensurar o compromisso desses mandatários na superação desta política de brutal concentração de rendas.
Quando Getulio Vargas instituiu o salário mínimo, em 1940, o seu poder aquisitivo era equivalente a 352 reais atuais. No governo Dutra, 1950, ele foi reduzido para 150 reais, o menor poder aquisitivo de toda a sua história. Atingiu seu maior valor em 1955, novamente com Vargas, quando chegou a 419 reais. Em 1960, com Juscelino, valia 366 reais. A partir de então sofreu uma sistemática redução. Na ditadura militar e início do governo Sarney, entre 1965 e 1985, oscilou de 350 para 290 reais. Caiu para 250 reais com Collor. No governo FHC foi reduzido a 222 reais, se aproximando de seu menor valor histórico. E com Lula, finalmente, o salário mínimo interrompe a trajetória de queda.
Essa recuperação sistemática, embora ainda muito modesta, faz parte da política de valorização real do salário mínimo adotada pelo governo Lula. O valor de 380 reais, anunciado para 2007, só será inferior aos 419 reais da era Vargas.
Toda vez que o salário mínimo tem aumento real há uma melhora na distribuição de renda; e toda vez que ele diminui o fosso se amplia. É um importante termômetro para medir o humor político das amplas massas de assalariados.
A curva do salário mínimo talvez explique porque, não por acaso, Getulio Vargas e Lula estão entre os presidentes de maior apoio popular.