Investir na Copa é valorizar o país

Vivemos um momento em nosso país no mínimo interessante. Ao contrário dos anos 90 onde o governo federal era criticado pela sua apatia e imobilismo, hoje a crítica feita por alguns setores da sociedade é oposta. O governo Dilma vem sendo condenado justamente por realizar grandes obras e ações. Acreditem se quiser.

É assim com Belo Monte, com a expansão da rede federal de educação, com a proposta de construção do Trem Bala e, pasmem, até com a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Parte desta censura vem justamente daqueles que, quando estavam à frente do governo federal, levaram o país ao apagão, estagnaram o ensino público e foram incapazes de realizar um mero campeonato internacional de carrinho de rolimã. Pura dor de cotovelo.

Mas esta visão antidesenvolvimentista, principalmente “anticopista”, vem seduzindo outros setores da sociedade, pessoas bem intencionadas, embora ingênuas, que são levadas a crer que os recursos destinados à realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas serão subtraídos dos investimentos em educação e saúde, por exemplo.

Não entendem (ou não querem entender) que uma cultura desportiva é condição basilar para um maior rendimento escolar e para hábitos de vida mais saudáveis, inclusive. Além disso, significa grandes aportes de recursos que virão destes dois eventos máximos do esporte mundial e que poderão ser direcionados para a educação e saúde, de tão forte apelo nacional.

O prefeito de Londres, cidade que sediou os últimos jogos olímpicos, estimou em cerca de R$ 50 bilhões os lucros das Olimpíadas captados pelo município. Quer dizer que não estaremos perdendo dinheiro com a realização destes eventos como alguns querem fazer crer, muito pelo contrário. No Brasil, estima-se que as obras relacionadas à reforma ou construção de estádios, ampliação de rodovias e aeroportos, expansão da rede hoteleira e uma série de outras obras que já estão empregando vários brasileiros, acrescentarão cerca de R$ 180 bilhões ao PIB brasileiro até 2019, segundo dados do governo.

Londres recebeu 300 mil turistas estrangeiros e 600 mil britânicos por ocasião das Olimpíadas. Nosso país continental tem potencial para abrigar mais turistas estrangeiros e estimular os próprios brasileiros a conhecerem nossas distintas regiões. Tudo isso faz girar a economia, gerar emprego, elevar a auto-estima do povo, promover o desenvolvimento sustentável e, mais uma vez, patrocinar uma mentalidade esportiva mais elevada.

Mas a miopia de alguns parece ser incorrigível. Pelas redes sociais, está sendo difundida a idéia de que o governo prefere investir na Copa em detrimento de outras áreas. Uma inverdade.

A imagem de um servidor público segurando um cartaz pedindo para a presidenta Dilma fingir que a educação é a Copa do Mundo e investir também no ensino público demonstra equívoco na análise. Não menos injusta é a exibição de uma foto do Maracanã sendo reformado e uma escola sucateada sendo mostrada abaixo, como a fazer referência sobre uma suposta inversão de valores por parte do governo. Não é lícito eleger os custeios em grandes eventos esportivos como conflitantes a outros investimentos em áreas estratégicas. Queremos e podemos investir em todos os setores que secularmente reclamam por mais e melhores recursos públicos.

Por que, afinal, ser contra a Copa do Mundo e as Olimpíadas? Com a palavra, os que torcem contra o país.

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