Cristina Kirchner defende a soberania argentina

Numa decisão corajosa e oportuna, a presidenta argentina Cristina Kirchner bateu de frente com o neoliberalismo e reestatizou 51% das ações da Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF), empresa estratégica que garantia a soberania energética e que foi entregue pelo presidente neoliberal Carlos Menem, em 1999, à empresa espanhola Repsol.

Tão logo foi feito o anúncio da decisão, os colonistas e demais jornalistas amestrados brasileiros carregaram a tinta na defesa da empresa espanhola e condenando a presidenta argentina, chamando-a de golpista, maluca, populista, irresponsável e outros adjetivos, objetivando demonizá-la e agradar os patrões que defendem o Estado mínimo e o grande capital. Porém “esqueceram” de dizer que a empresa espanhola não vinha cumprindo o compromisso assumido de reinvestir um percentual dos fabulosos lucros no país.

A velha mídia conservadora, venal e golpista brasileira e seus jornalistas amestrados estão agora a serviço da Repsol e da Espanha como estiveram a favor da Standard Oil e dos Estados Unidos e contra o Brasil no final dos anos 1940 e início dos anos 1950 quando, a troco de muito dinheiro, divulgaram à exaustão o relatório do geólogo norte-americano Walter Link, conhecido como Mister Link, afirmando que no Brasil não havia petróleo. Esse geólogo, contratado pelo governo brasileiro descobriu petróleo no Recôncavo Baiano e vedou o poço porque era interesse da Standard Oil Co. e do governo ianque manter nosso petróleo como reserva estratégica para quando acabasse o deles. O nosso não deveria ser explorando tão cedo.

A velha mídia conservadora, venal e golpista de cá e de lá acusam a presidenta argentina de promover o retrocesso e criar um foco de instabilidade econômica que gera reações negativas em todos os continentes, e que vai prejudicar os interesses brasileiros e de toda a região, pois os investidores serão afastados da América do Sul.

A YPF é pioneira como empresa estatal do petróleo, criada em 1922. Somente 16 anos depois é que surgiu a segunda estatal do setor, a Pomex, no México, e somente 31 anos depois é que surgiu a Petrobrás aqui no Brasil, mais precisamente em 3 de outubro de 1953, por decisão do presidente Getúlio Vargas, que sancionou a Lei n º 2004.

A reestatização da YPF foi saudada pelos movimentos sociais e pela grande maioria dos argentinos. Foi saudada também por 23 dos 25 países que compõem o Parlamento Latino-Americano (Parlatino), sendo que os dois outros, México e Saint Martin, se abstiveram. Como se vê, a velha mídia, mais uma vez, está indo na contramão do sentimento popular, tachando a presidenta argentina de golpista e pregando o terrorismo.

Os amestrados brasileiros, defensores do Estado mínimo e do deus mercado, se apressam em afirmar que os negócios do País correm risco na argentina. Mas não dizem que a decisão soberana argentina deve ser respeitada. Eles pregam retaliações estrangeiras, em especial espanhola, contra o país-irmão. Confundem a opinião pública com suas mentiras e omissões, como o fato de a Repsol não reinvestir na Argentina; omitem que no período compreendido entre 2008 e 2011 a produção de petróleo caiu 9% e de gás natural, 10%; as reservas provadas de petróleo no vizinho país encolheram 4% e os de gás natural se reduziram em 19% de 2007 a 2010.

Durante o desgoverno neoliberal do Coisa Ruim (FHC) ,os entreguistas tucano-pefelistas tentaram entregar na bandeja a joia da coroa, inclusive mudando o nome da empresa para Petrobrax para torná-la mais atrativa ao capital estrangeiro. O maior defensor dessa imoralidade era o tucano José Serra que chegou a garantir aos empresários norte-americanos, por intermédio do Coisa Ruim, durante reunião realizada em Fox do Iguaçu – Paraná, que ganhando a eleição presidencial de 2010 entregaria o pré-sal para ser explorado por empresas ianques.

Os colonistas brasileiros não se emendam e continuam a defender os interesses alienígenas. A presidenta Dilma Rousseff tem muito o que aprender com a sua colega argentina, em especial no tocante ao enfrentamento com a velha mídia. Lá a Ley de Medios está a regular a e a democratizar a comunicação. Aqui, a ditadura midiática permanece manipulando, omitindo informações, chantageando e ditando normas e costumes, sempre a serviço das carcomidas oligarquias e do que há de mais retrógrado no País, bem como dos interesses do grande capital nacional e multinacional. São uns traidores travestidos de jornalistas!

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