Mulheres Mil

Uma grande iniciativa do governo federal está passando em brancas nuvens (ou em plácido repouso) pelo noticiário nacional. Passou despercebido, inclusive, nos eventos relacionados ao dia internacional da mulher, semana passada. A agenda negativa é uma premissa da mídia nacional que relega a um plano secundário os grandes projetos e ações do governo Dilma.

Nesse sentido, quase nada se fala do Programa Mulheres Mil, instituído em 2011, que faz parte das ações do Brasil Sem Miséria, articulado com a meta de erradicação da pobreza.

O Mulheres Mil, de acordo com o conteúdo do site do Programa, “está inserido no conjunto de prioridades das políticas públicas do Governo do Brasil, especialmente nos eixos promoção da equidade, igualdade entre os sexos, combate à violência contra a mulher e acesso a educação”. Mais que isso, parte do fato de que as mulheres ainda são maioria entre as pessoas que se encontram em situação de extrema pobreza no Brasil.

O Programa visa promover a inclusão social, por meio da oferta de formação focada na autonomia e na criação de alternativas para a inserção no mundo do trabalho, para que as mulheres em situação de vulnerabilidade social consigam melhorar a qualidade de suas vidas através da qualificação profissional e elevação da escolaridade. Em 2012, o programa abrirá 20 mil vagas, mas a meta é promover a emancipação social, econômica e educacional de 100 mil brasileiras até 2014. Por enquanto, mais de nove mil mulheres já foram beneficiadas com o Mulheres Mil.

Se no conceito teórico o projeto já desperta atenção, é na prática concreta que se desperta a emoção, ao notar o entusiasmo de mulheres que nunca sentaram antes numa carteira escolar, pela primeira vez assistirem aulas e participarem de práticas em cursos variados, escolhidos por elas mesmas, elevando a autoestima e capacitando mulheres que, mesmo não sendo alfabetizadas, mostram-se doutas em várias atividades.

Alguns críticos dizem não ser a função precípua da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica promover iniciativas deste tipo, ainda mais quando os professores não recebem a mais para tal. Esquecem-se da centralidade da extensão e mostram-se alheios ou insensíveis às grandes demandas do país. A maioria das mulheres matriculadas é mãe, e a partir do momento que são mais convencidas da importância dos estudos, passam também a ser mais entusiasta da permanência dos filhos na escola.

Parafraseando o famoso discurso de Che Guevara, proferido na universidade de Las Villas, em 1959: Que a universidade (ou a escola) se pinte de negro, de mulato, de amarelo, de operário, de camponês… – e também de mulheres, sobretudo aquelas que têm sede de saber, vontade de aprender e ensinar.

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