Golpes desleais

A luta sindical, que é uma das formas da luta de classes, desenvolve-se em um terreno inclinado entre os que acham que podem tudo e os que têm que fazer muita força para alcançar algum equilíbrio; têm que ser heróis para garantir o que deve ser normal.

Agora mesmo, com o movimento sindical unido contra a desindustrialização e defendendo assim interesses empresariais estratégicos, alguns patrões com a arrogância do mando do campo praticam ilegalidades que agridem os interesses dos trabalhadores, violam o sentimento de justiça e a responsabilidade social e comprometem a ação comum.

Em Catalão, Goiás, uma empresa têxtil demitiu, ao arrepio da lei, a presidente do Sindicato das Costureiras, Michelly Alves, com a justificativa absurda de que estava doente. Pura estupidez!

Em São Paulo, uma empresa metalúrgica com 350 empregados, de maneira fraudulenta e traiçoeira, preparou durante meses a sua própria falência, separando os ativos de forma tal que quando ela se consumou os trabalhadores ficaram a ver navios: sem empregos, sem salários, sem indenizações, sem direitos. O Sindicato dos Metalúrgicos organizou uma rede emergencial de assistência, com distribuição de 300 cestas básicas e vendeu sucata para financiar o enterro da companheira falecida de um trabalhador (o que foi aprovado em uma assembleia comovente).

Em ambos os casos, a reação sindical tem sido ativa e, procurada a Justiça, os direitos devem ser restabelecidos e garantidos.

Mas, fica a lição: na luta sindical os trabalhadores devem se preparar continuadamente para poder exercer sua força e aparar os golpes mais desleais de um patronato que insiste em nos desrespeitar atirando no próprio pé.

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