Uma reunião que falta

 

Agora que o movimento sindical unido organizou o calendário das mobilizações contra a desindustrialização em comum acordo com setores empresariais fortes e entidades patronais representativas e já houve a primeira grande plenária do setor de alimentação em São Paulo, torna-se imperioso que comecem a produzir resultados os Conselhos de Competitividade e Coordenações Setoriais (CCCS), criados para enfrentar os problemas mais relevantes em diversas áreas da economia sob o guarda-chuva do programa Brasil Maior.

Já estão previstas as grandes manifestações no Rio Grande do Sul (15 de março), em Santa Catarina (22 de março), no Paraná (29 de março) e em São Paulo (5 de abril).

Estas e as outras que serão realizadas pelo Brasil afora acumularão forças para a grande caravana de dirigentes e ativistas em Brasília.

Nos CCCS, verdadeiras câmaras setoriais, os representantes do governo, dos empresários e dos trabalhadores, analisarão, caso a caso, a situação de cada setor e recomendarão medidas de médio e curto prazos para contornar os efeitos lesivos dos juros altos, do câmbio e da guerra fiscal. Em todos eles, o movimento sindical – coordenado pelas centrais unidas – contará com a presença de experientes dirigentes setoriais e de especialistas do Dieese.

Nesta caminhada com os pés das mobilizações e com “os cabeças” das câmaras, sinto falta do coração. Este pode ser concretizado por uma reunião urgente, solene e formal entre a presidente Dilma (que encarna, com seu prestígio, o próprio governo) e a cúpula das centrais sindicais. Este encontro demonstrará como, com base na conjuntura positiva, pretendem garantir o avanço de políticas capazes de enfrentar e derrotar os efeitos negativos da crise externa e os desequilíbrios e insuficiências de nossa realidade econômica e social, afastando do horizonte alguns estorvos e sinais nefastos que prejudicam todo o processo.

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