Um elogio e um elogio que falta

 Nos tempos recentes o jornalista Clóvis Rossi dificilmente tem elogiado o movimento sindical e comentado a luta dos trabalhadores. Nesta última semana elogiou, surpreendido, o recente artigo da cúpula sindical européia, publicado no jornal espanhol “El País” de 7 de dezembro.

O artigo “Por um novo contrato social europeu” foi assinado pelos (as) secretários (as) gerais das duas maiores centrais sindicais espanholas, francesas e belgas, pelo presidente da maior central alemã e pela secretária geral da maior central italiana, que reclamaram que “perante o risco de recessão os governantes europeus não propõem nada para o crescimento e o emprego”.

Duas coisas chamaram minha atenção ao ler o artigo. Em primeiro lugar a ausência da Confederação Européia de Sindicatos que realizou o seu último congresso em Atenas, em maio de 2011. Os oito dirigentes sindicais dos maiores países europeus (com a exceção da Inglaterra) não conseguiram, às vésperas da Cúpula Européia, unificar as posições de todos os movimentos europeus? Ou endossam o “hegemonismo” que avassala a Europa?

Em segundo lugar horrorizou-me o teor exclusivamente analítico do documento que revela, mais que empenho, a impotência dos grandes dirigentes europeus.

Eles exclamam, perplexos: “Como é possível que os Estados Unidos, com os principais indicadores piores que os do conjunto da União Européia e o Japão, com uma dívida pública de 225% de seu PIB, possam emitir seus bônus de 10 anos a juros inferiores a 2% e algumas nações da zona do euro devem pagá-los a 7%!” É o rentismo, cara!

Em todo caso e endossando o comentário do jornalista vale a pena ouvir a voz dos que sofrem e se desorientam com a crise. A íntegra do artigo está em http://bit.ly/rD7iqv.

Pelo menos uma vez, agora que as duas grandes centrais brasileiras realizaram as suas reuniões nacionais de balanço de 2011 Clóvis Rossi poderia também se sensibilizar pelos resultados positivos que o movimento sindical brasileiro obteve no enfrentamento da crise e garantindo vitórias salariais, vitórias políticas e avanço no rumo do desenvolvimento.

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