Dois elogios

Quero fazer um elogio inusitado ao presidente do Banco Central Alexandre Tombini e não é pelo abaixamento da taxa de juros Selic em 50 pontos percentuais, que não seria inusitado.

Quero elogiar (e chamar a atenção dos leitores) sua entrevista à jornalista Cláudia Safatle, do Valor Econômico, na capa e página inteira do jornal na segunda-feira, 12 de setembro.

Lá pelas tantas a jornalista, experiente e acostumada às fontes e ao pensamento dos rentistas, depois de perguntar sobre a ampliação das preocupações do Banco Central, dispara a pergunta cuja resposta estou elogiando. Vou transcrever.

Pergunta: E os reajustes salariais preocupam?
Resposta: O governo tem segurado os aumentos no setor público e há uma moderação nos dissídios do setor privado. De janeiro a julho, foram 398 convenções coletivas. A média dos reajustes começou com 8,60% em janeiro e caiu para 7,14% em abril. Em maio houve uma subida para 8,24% que depois caiu para 7,78% em junho e para 7,45% em julho. Não é um quadro de aceleração.

O presidente Tombini revela um refinado conhecimento de causa sobre os avanços dos reajustes no primeiro semestre de 2011, baseado em estatística própria (não é o levantamento do DIEESE, que se baseia em 353 acordos e convenções e privilegia os valores dos aumentos reais) e tranqüiliza a jornalista e a opinião pública sobre a normalidade das conquistas salariais, compatíveis com as necessidades dos trabalhadores e as possibilidades da conjuntura. Não é nem alarmista nem anestesista. Joga limpo e merece o elogio.

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O segundo elogio é ao companheiro Ricardo Patah, presidente da UGT que ao fazer sua opção partidária pelo PSD garantiu, do partido, o apoio forte às 40 horas e às iniciativas em defesa da pauta trabalhista e do fortalecimento da ação sindical.

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