Linha do tempo

 O segundo semestre de 2011 será cheio de lutas dos trabalhadores.

Começando com a manifestação “vermelha” da CUT e dos movimentos sociais em 6 de julho, o movimento sindical unido em torno das bandeiras de luta no Congresso Nacional (redução constitucional da jornada para 40 horas semanais sem redução dos salários, extinção do fator previdenciário, regulamentação das terceirizações com garantia dos direitos, aprovação das Convenções 151 e 158 da OIT) aproveitará o recesso congressual para realizar manifestações em todas as regiões do Brasil, culminando em 3 agosto com a grande marcha dos trabalhadores em São Paulo. Muitas outras iniciativas unitárias também ocorrerão neste período; cito como exemplo a concentração dos metalúrgicos de São Bernardo e de São Paulo, na fronteira dos municípios, para combater a desindustrialização, convocada e organizada pelos dois grandes sindicatos para 8 de julho (empresários estão sendo convidados a participar).

Agosto e setembro serão meses de fortes mobilizações em Brasília. O movimento sindical pretende colocar, em rodízio, milhares de dirigentes e ativistas para pressionar os deputados e senadores a votarem os temas de interesse comum dos trabalhadores.

A partir de então, com naturalidade, as lutas serão as das campanhas salariais de datas-bases de grandes categorias que, apesar das pautas diferenciadas, convergem em exigir ganhos reais de salários. A produtividade alta, a alta lucratividade, os investimentos crescentes e a inflação em baixa garantem, para quem se organiza e se mobiliza, as condições de vitória.

Estas lutas contínuas na linha do tempo do segundo semestre (manifestações unitárias pela pauta sindical no Congresso em Brasília e campanhas salariais motivadas pela conjuntura favorável) darão base para que o movimento sindical unificado, aguerrido e vitorioso impeça que os rentistas, a banca e seus porta-vozes a aliados coloquem em questão o forte reajuste legal do salário mínimo previsto para janeiro de 2012, conforme uns e outros já andam murmurando.

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Quando no inverno de 1949 os coveiros de Nova Iorque organizados pela central sindical CIO fizeram uma grande greve reivindicatória desencadeou-se contra eles o anticomunismo repressivo mais furioso comandado pela cardeal Francis Spellman que “furou” um piquete. É bom viver os tempos democráticos de hoje no Brasil em que as ações sindicais fazem parte do dia a dia e as repressões são mal vistas.

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