A batalha das redes sociais
Com o surgimento das revoltas árabes, quando centenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas do Cairo e das principais cidades de outros Países da região, consolida-se o fenômeno da geração das redes sociais que se espalhou pela Europa através do movimento dos indignados.
Publicado 02/06/2011 20:49
De lá para cá são crescentes as tentativas de interpretações dessa onda de concentrações coletivas que devem se espalhar pelos diversos continentes. Algumas delas atribuem a esse novo despertar das massas às revoluções tecnológicas contemporâneas associadas a uma espécie de militância de novo tipo.
Na verdade as multidões que vão sacudindo o velho continente estão se rebelando mesmo é contra as consequências da crise da nova ordem liberal que vai fazendo água por todos os lados inclusive onde os partidos socialistas governam e que também adotaram cortes no setor social e ajustes fiscais penalizando terrivelmente o mundo do trabalho e segmentos da classe média.
A taxa de desemprego, só na Espanha, já ultrapassa a faixa de 20% da população economicamente ativa e entre os jovens esse índice atinge o alarmante número de 40%. Assim, o Partido Socialista Espanhol foi massacrado nas recentes eleições porque sofreu a defecção do eleitor de esquerda justamente revoltado contra as medidas econômicas do governo socialista de Zapatero.
No Brasil, como que se antecipando à possibilidade dessas manifestações onde as redes sociais jogam destacado papel de convocação, o maior jornal conservador do País disparou um ensaio sobre o conteúdo ideológico dessas ferramentas e de um hipotético novo tipo de ativista, o anarquista cibernético, que é contra os sindicatos, os partidos e qualquer tipo de política. Foi o que tentou promover os EUA nas revoltas árabes.
Porém as redes sociais são ferramentas de comunicação, assim como o telefone, a Internet, e até como foi o telégrafo, à época. Todos foram ao seu tempo revoluções tecnológicas, e ponto. O decisivo mesmo são as idéias que se divulgam seja ao telefone, nas redes sociais, o que sai na Internet, nos jornais ou na TV etc.
Sem alternativas à falência da nova ordem mundial e a uma crise de civilização por ela mesmo erigida, os conservadores buscam uma saída contra a crescente insubordinação popular diante do desastre econômico e social provocado pelas políticas neoliberais. Para isso, tentam divulgar uma ideologia de escapismo desprovida de toda consciência política.