A TV e Lili de Gravatá

Toda campanha é assim, a guerra passa e fica sempre um quê de frustração pela impossibilidade de ter ao nosso lado, nas caminhadas e em tantos outros eventos, alguém com talento e estilo (que não é o caso desse modesto escriba) para registrar inúmeras man

Como, por exemplo, o fascínio pelas câmeras de TV (e dos fotógrafos também), o desejo de aparecer, ainda que por alguns segundos, no programa eleitoral ou no noticiário. No percurso de um quilômetro, basta isso, não são poucas as pessoas que se perfilam na calçada para nos cumprimentar tantas vezes quanto o supostamente necessário para ter a sua imagem captada.Vale até uma foto no jornal, ainda que num modesto segundo plano.


 


Em viagem recente pelo Agreste uma participante ainda pouco afeita a campanhas, não parava de se referir, com muito entusiasmo, a um telefonema que recebera de uma irmã, residente no Recife.


 


– Você apareceu no Jornal do Commercio, junto de Humberto Costa e Luciano Siqueira.


 


– Vou recortar a foto e guardar para o resto da vida!


 


Num porta-a-porta em Igarassu, cidade da Área Metropolitana, a proprietária de uma barraca, no afã de justificar nosso interesse pela imagem, nos recebeu com palavras de evidente exagero:


 


– Meus filhos, vocês nem sabe que há anos (sic) eu esperava a visita de vocês!


 


– Obrigado pela atenção, agradeceu Humberto Costa


 


A barraqueira vira-se para as câmeras e sapeca:


 


– Esse meninos são de Lula, estou com eles!


 


Ao que uma outra, copo de cerveja à mão, completa:


 


– Nunca passou por aqui tanto homem bonito!, outro exagero, pois o que nossa chapa tem de combatividade infelizmente não corresponde à beleza física.


 


E tem o diálogo que registrei em nosso blog, acontecido na feira da cidade de Gravatá:


 


Boa tarde, eu sou Luciano Siqueira


 


– Eu sei, conheço o senhor, é o senador de Lula, vejo na televisão.


 


– Bom que a senhora esteja prestando a atenção à gente na televisão.


 


– Gosto de acompanhar, doutor.


 


– Ótimo!


 


– Olhe, essa aqui é minha filha. Mande um recado pra ela pela televisão, diga ''alô Lili de Gravatá''!


 


– Prazer, Lili. Muito obrigado pelo apoio. Só não posso mandar esse recado porque o tempo na TV e no rádio é curto, desculpe.


 


E a campanha segue em frente, na busca de declarações de apoio nem tão efusivas assim, mas com a consistência que desejamos.

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