CTB, a síntese do sindicalismo classista

A história do sindicalismo classista no Brasil inicia-se na segunda década do século XX. Até então, os anarco- sindicalistas mantinham a hegemonia do movimento sindical. Numa trajetória de grandes lutas – incluindo greves importantíssimas, como a de 1953 – o sindicalismo classista sofreu as duras conseqüências dos períodos ditatoriais, sobretudo daquele que se estendeu por 21 anos, a partir do Golpe Militar de 1964.

Acredita-se que, naquele triste período da nossa história, cerca de 10 mil sindicalistas foram banidos do movimento sindical brasileiro. Mas, mesmo com os duros golpes sofridos – o fato do modo de produção capitalista não resolver, nem de longe, os graves problemas sofridos pelos trabalhadores e trabalhadoras – dialeticamente, a combatividade do movimento sindical veio a tona, em vários momentos de nossa história.

A perspectiva da legitimação e da legalização de uma central sindical, que efetivamente representasse os interesses imediatos e históricos dos trabalhadores e das trabalhadoras brasileiros, sempre esteve presente entre os objetivos estratégicos do sindicalismo classista. Pretendia-se que essa central fosse única, dentro da perspectiva da importância da unidade, como instrumento fundamental para o enfrentamento da luta que se trava contra os interesses das classes dominantes. No entanto, por diversas questões – que não cabem ser tratadas neste artigo – o fato é que nasceram várias centrais no Brasil, a partir do ressurgimento do movimento sindical em meados dos anos 70 do século XX.

Essa história de luta classista de quase um século desemboca na fundação da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB – em dezembro de 2007. A CTB nasceu com o compromisso definido de dar continuidade à luta para que o nosso país possa um dia chegar a se constituir numa sociedade sem explorados e exploradores, sem opressores e oprimidos. Para tanto, sabe que a trajetória é longa e coloca como meta atual a construção de um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho e distribuição de renda. E mais especificamente, no ano de 2010, o grande objetivo de eleger candidatos e candidatas efetivamente comprometidos com os interesses do povo brasileiro.

Nos contatos que tenho estabelecido com sindicalistas classistas – durante a realização dos cursos básicos de formação do convênio CTB- CES – tenho observado o florescimento e desenvolvimento da CTB nos Estados. Em alguns, mais forte e representativa, com um número significativo de sindicatos filiados, em outros, apenas iniciando o trabalho de organização. Mas, em todos os Estados, a dedicação e a combatividade dos classistas fica muito evidente.

Caberá a CTB, nesse início de século, a grande responsabilidade de conduzir a riqueza acumulada nas grandes lutas travadas nos últimos 90 anos. Evidentemente, ela não atuará sozinha. Estará sempre buscando unificar suas posições com as demais Centrais, com os Movimentos Sociais, com a Federação Sindical Mundial, com os Partidos Políticos progressistas. A CTB é a síntese acumulada da bela história de lutas do sindicalismo classista. A nossa expectativa é que tenha vida longa e que consiga grandes avanços rumo à emancipação do proletariado!

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