A crise das cidades

Nos últimos quinze anos o Brasil vivenciou três iniciativas de políticas institucionais que mudaram substancialmente a sua face. Senão vejamos. O controle da inflação em longo prazo estabilizou a arritmia da economia que impedia um salto ao desenvolvimento do País.

A retomada do papel estratégico do Estado nos destinos da nação fortaleceu o crescimento em quase todas as áreas da economia, desobedecendo a máxima neoliberal de que ele seria um entrave a esse processo. O que se viu foi o contrário, não só o segmento estatal robusteceu o seu papel e eficiência como o segmento privado foi enormemente beneficiado por essa orientação programática nos rumos da economia.

A expansão do crédito para camadas populares intensificou o consumo e em decorrência expandiu espetacularmente o mercado interno, constituindo-o em uma poderosa ferramenta de soberania para o Brasil. De tal maneira que esse tem sido um dos principais fatores para que a nação venha conseguindo enfrentar a crise financeira internacional com relativo êxito. Principalmente se considerarmos os prognósticos dos variados especialistas da área econômica que indicam a retomada do crescimento em ritmo moderado ainda este ano e de 4% a 5% em 2010.

E tudo isso quando as principais economias do mundo patinam no abismo da recessão profunda a exemplo dos Estados Unidos da América e Comunidade Européia. A opção pelo fortalecimento e modernização do Estado e de suas políticas públicas, constituiu-se em um dos instrumentos da inclusão social e do acesso ao consumo para milhões de famílias brasileiras, geração massiva de emprego e renda, apesar dos juros serem absurdamente os mais altos do mundo.

No entanto, a violência e a criminalidade cresceram na mesma proporção em que a nação avançava. E os mais afetados por essa orgia de sangue e vítimas são os proletários e a classe média que não possuem os requintados instrumentos de proteção e segurança dos bilionários, no topo da ainda perversa pirâmide social.

O governo tem que adotar ações eficientes, rigorosas, de prevenção e combate à violência e à criminalidade, em iniciativas competentes de segurança e políticas sociais de emergência.
Caso contrário as cidades e as instituições serão subjugadas pelo mais próspero complexo industrial do País, o do narcotráfico.

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