A cumplicidade dos EUA nos Crimes de guerra de Israel

Vai ficando claro, para o mundo todo o que estava claro para os setores mais esclarecidos e apoiadores da luta dos palestinos e dos árabes: o massacre que Israel vai perpetrando contra o povo árabe e libanês e os palestinos, nada tem a ver com a resposta

Está absolutamente claro que o massacre, quase um genocídio de um povo, pela violência dos bombardeios, está ocorrendo para, sob as ordens de George Bush, massacrar todas as lideranças que resistem à ocupação sionista de terras palestinas e de parte do Sul do Líbano.


 


 
Os ataques mais recentes, ignorando todos os pedidos de vários países para um cessar fogo, ocorrido na cidade libanesa de Khana, que matou 54 civis, matou nada menos que 37 crianças (como diz manchete do Vermelho, é como se tivéssemos um Herodes israelense à solta). As imagens chocaram o mundo inteiro, de tal forma que cresce o clamor de um pedido por um cessar fogo. Israel vai ficando cada vez mais isolado da comunidade internacional de nações, tendo única e exclusivamente o apoio dos Estados Unidos, que são hoje os maiores terroristas em todo o mundo e que dizem agir exatamente para combater o terrorismo. Dez em cada dez analistas políticos internacionais têm opinião de que tais ataques e bombardeios em nada contribuem para desgastar os grupos como o Hezbolláh e o Hamas. Muito ao contrário, acabam fortalecendo essas organizações.


 


 
Um dos generais israelenses que coordenam o massacre pelas Forças de Defesa de Israel, Dan Halutz, sem nenhum pudor e sem ruborizar-se, declarou recentemente que destruiria dez casas em Beirute para cada míssil disparado contra Haifa (cidade israelense no norte de Israel) pelo Hezbolláh (sic). Um dos carrascos nazistas na 2ª Guerra, Heydrich, declarava que fuzilaria cem reféns alemães para cada soldado alemão morto pela resistência. Já vimos esse filme antes e por mais de uma vez. As injustiças e os massacres nazistas contra populações indefesas. Até quando o mundo assistirá calado, passivo, os ataques?


 


 
É claro que sabemos que nenhum país e nenhuma potência econômica hoje no planeta, é capaz, do ponto de vista militar e econômico, de colocar qualquer freio contra a agressão americana e israelense. Essa potência subjuga e submete até mesmo o Conselho de Segurança da ONU e a maioria dos seus membros. Enquanto o Oriente Médio vai pegando fogo, esse mesmo Conselho vota uma moção, e por unanimidade – com apoio da China e Rússia – dando um prazo para que o Irã desista de seu programa nuclear até o próximo dia 31 de agosto. Dou esse exemplo para avaliarmos e aquilatarmos a força real que possui hoje os Estados Unidos.



Perspectivas de paz


 
Há um debate hoje no movimento de resistência palestina e libanesa e que seguramente envolverá a esquerda brasileira e de outros países. Nesse contexto que vivemos hoje é correto mesmo a resistência pelas armas? Não seria esse o caminho que levaria a mais sofrimentos e perdas de civis entre os palestinos e os libaneses? Deveríamos mesmo apoiar essa resistência de armas em punho?


 


 
Para o professor Nabil Dajani, da Universidade Americana de Beirute, não há dúvida quanto a isso. Para ele, a única perspectiva para a paz é que exista a resistência. E tece críticas duras ao Estado de Israel que não compreende essa lógica e mesmo ao mundo, que tenta comparar como se fossem coisas iguais os “dois lados” de um conflito. Como se fosse igual o peso, as forças militares de Israel, o oitavo mais poderoso exército do mundo, contra guerrilheiros palestinos e libaneses (1).


 


 
É verdade que a correlação de forças hoje é extremamente desigual para os que lutam por um mundo melhor, socialista. O neoliberalismo segue forte, o Iraque e o Afeganistão segue ocupado, a Síria e o Irã ameaçados. No entanto, nas localidades onde a resistência pode ser dar pela força da mobilização do povo organizado e mesmo pelas armas, isso deve ocorrer e deve contar com a apoio e simpatia de patriotas e pessoas progressistas em todo o mundo.


 


 
Conforme havia afirmado desde a semana passada, só vejo como possibilidade de se conseguir a paz no Oriente Médio neste momento, especificamente no atual conflito entre Israel e Líbano, se conseguirmos atingir três objetivos imediatos:


1. Um imediato cessar fogo de ambas as partes;


2. Troca imediata de prisioneiros (Israel liberta palestinos e libaneses e estes libertam os soldados israelenses presos) e


3. Envio de uma força de paz internacional que ocupe o Sul do Líbano, para garantir a paz (2).


 
As forças patrióticas, revolucionárias de todo o mundo devem dizer em alto e bom som: Israel: pare imediatamente o massacre ao povo libanês! Parem o genocídio árabe! Como diz Noam Chomsky, o que Israel faz é terrorismo puro e não guerra ao terror! A ONU tem que se posicionar e barrar a agressão sionista. Manifestamos a nossa total e irrestrita solidariedade aos palestinos e libaneses e devemos transformar a nossa indignação em solidariedade ativa a esses sofridos povos, que já tiveram mais de cinco centenas de mortos e mais de 800 mil deslocados. A eles nosso carinho, nossos pensamentos e apoio à luta e por uma solução pacífica.


 


Notas


 


(1) Ver entrevista do professor publicada na Folha de SP do dia 30 de julho de 2006, página A22, intitulado “Grupo vai mudar região”.


(2) Tais opiniões são corroboradas pelo jornalista Hillel Schenker, israelense, co-editor do Palestine Israel Jounal revista de língua inglesa mantida por acadêmicos palestinos e israelenses, tendo sido inclusive co-fundador do Movimento Paz Agora. Artigo publicado pela FSP do dia 30 de julho, intitulado “Só mediação internacional poderá pôr fim ao conflito”, publicado na página A24.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor