A questão nacional

Se observarmos o processo histórico e os conflitos das classes sociais em nosso País sob o ângulo da centralidade da […]

Se observarmos o processo histórico e os conflitos das classes sociais em nosso País sob o ângulo da centralidade da questão nacional como eixo fundamental, como elemento decisivo às transformações econômicas e à emancipação social, tanto o passado, o presente, quanto o futuro da nação sempre adquirem contornos mais nítidos e elucidadores.

Na realidade a trajetória de todas as nações que conseguiram superar graves dificuldades relativas à soberania, à integridade de seus territórios, ao sofrimento das maiorias, excluídas de perspectivas de um futuro digno, passou de uma maneira ou de outra pela ampla união dos seus povos em torno de um projeto nacional estratégico.

Quando esse caminho não foi percorrido, prevalecendo um povo fragmentado, dividido, imerso em contradições antagônicas e irreconciliáveis, esses mesmos povos foram derrotados ou pelo menos adiaram a emancipação nacional e a própria soberania social.

No Brasil as grandes batalhas vitoriosas foram aquelas em as plataformas políticas construídas em unidade e sob largos consensos democráticos vingaram e as forças conservadoras ou outras fracionadoras do espírito nacional, algumas posicionadas à esquerda do cenário político, em cada período histórico determinado, foram isoladas e derrotadas.

Assim foi durante a campanha pela Anistia Ampla Geral e Irrestrita durante o período do regime militar, quando a esmagadora maioria dos brasileiros uniu-se em torno dessa grande bandeira pela democracia, ficando no acostamento da História tanto o próprio regime arbitrário quanto segmentos ultra-esquerdistas que se opunham à vontade da nação.

Logo em seguida veio a memorável campanha pelas eleições diretas à presidência da República, reunindo dezenas de milhões de brasileiros em extraordinários comícios que se espalharam por todo o País.

Assim como a mobilização de todos os setores da sociedade pela convocação da Assembléia Nacional Constituinte, em que a carta constitucional elaborada em gabinete pelos senhores da Ditadura foi substituída por uma constituição democrática através de intensa participação popular.

Mesmo imperfeita, ela nunca foi negada pelas maiorias, muito pelo contrário, apesar da insatisfação dos setores retrógrados do País. A longa jornada por um avançado projeto nacional de desenvolvimento e inadiável emancipação social passará sempre pelo sentido de que aquilo que faz justiça ao povo brasileiro é fundamental à nação.

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