Os três poderes do PIG: o legislativo

O legislativo é o mais atacado entre os três poderes republicanos que as fami(g)lias frias, mesquita, civita, marinho e seus repetidores insistentemente procuram usurpar.
A julgar pelos editoriais, ora vivemos em uma terra sem leis, ora com leis demais e os integrantes do PIG passam então a propor a reforma do modelo constitucional.

Transformam os parlamentares da oposição em caixa de ressonância para as pretensões de tornar o poder central um apêndice de suas redações sempre servis a latifundiários, especuladores, multinacionais e governos neoliberais.

No legislativo, o PIG conta com serviços de uma constelação de parlamentares que almejam voltar à irresponsabilidade da era FHC ou à delinquência da “ditabranda”: Arthur Virgílio, Álvaro Dias, Tasso Jereissat, José Agripino Maia, José Anibal, entre outros. Esses senhores e seus companheiros aprovam o desmonte do patrimônio público promovido pela privataria demo-tucana, a redução de verbas para área social, o servilismo ao capital estrangeiro e, se possível, um golpe a la Honduras.

Bolsa Família, cotas, reaparelhamento das forças armadas, concursos públicos, relações internacionais, reforma política, criminalização dos movimentos sociais, enfim os assuntos pautados pelas primeiras páginas usadas pelo partido da imprensa para atacar governo e entidades populares ininterruptamente, com grande quantidade de acusações e das mais diversas formas; do editorial às fúteis colunas sociais.

Deposto pela mesma quadrilha que hoje clama pela volta da direita ao poder, João Goulart também enfrentou pesada oposição mas o fim trágico de seu governo impediu a proporção de ataques sofrida por Lula.

Os militares que depuseram Goulart foram o braço armado da elite mentora intelectual do golpe, segundo opinião do historiador Augusto Buonicore, expressa em várias palestras e na riqueza de detalhes históricos do artigo "As lutas pelas reformas e o golpe de 1964", publicado no Vermelho.

Em 1964 os oposicionistas de direita no legislativo também contavam com apoio das mesmas fami(g)lias que hoje querem manter o monopólio da informação.

Os demo-tucanos parecem maiores, mais íntegros e coerentes do que realmente são graças ao PIG. Integrantes da aliança demo-tucana cometeram crimes que vão do tráfico de drogas à corrupção mas isso ou é omitido ou escondido em notas quase imperceptíveis. Vide o caso de Hildebrando Moto Serra, os treze vereadores cassados em São Paulo, o governador cassado Cássio Cunha Lima, todos eles foram convenientemente “esquecidos” pela mídia.

A base do governo federal e movimentos sociais, no entanto, são constantemente perseguidos.

Além de mascarar a pequenez que o pensamento oposicionista tem sobre o país, as empresas de edição de notícias também se metem a legislar; as campanhas para criação de cpi's, a tentativa de barrar a conferência nacional de comunicação, a postura contra o aumento de vereadores nas câmaras municipais, a tentativa de privatizar o pré-sal, apoio à ditadura de Honduras e condenação da Venezuela, apenas para citar as proposições recentes.

Os argentinos tiveram a coragem de dar um basta à arrogância do monopólio de informação em seu país porque tvs, rádios e jornais adotavam a mesma postura que, tanto aqui quanto lá, redundou em uma ditadura e em um período de assalto ao poder por neoliberais.

O PIG, que tanto fala em liberdade de imprensa, teme a difusão democrática de opiniões, pois estariam fadados a encolher ou falir. Por isso o desejo de controlar o legislativo através do ilusionismo de uma oposição sem projeto próprio e refratária às necessidades do povo brasileiro.

Sem a conivência de parlamentares o PIG não teria essa pretensa força que divulga ter; “patriotas” como Álvaro Dias, a favor de privatizar o pré-sal, ou de vestais como Arthur Virgílio, confesso usuário de dinheiro público para fins privados, são os pilares dessa política.

Democratizando os meios de comunicação os artificiais Boner e Bernardes, a apocalíptica Mirian Leitão, a neutra Eliane Catanhêde, os parajornalistas de Miami – Arnaldo Jabor e Diogo Mainardi, e outros apoiadores do “golpe constitucional” e da ditabranda, provavelmente passariam a ter a mesma credibilidade com o povo brasileiro que hoje goza o príncipe das socialytes, Fernando Hernrique Cardoso, o boquirroto.

2010 tem eleições, a bancada do PIG pode ser reduzida, mas independente disso, precisamos enfrentar o poder das fami(g)lias publicando textos, vídeos, gravações e imagens que se contraponham ao pensamento único da mídia golpistas.

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