A dívida social

Todos os países encontram-se ameaçados, quando não envolvidos, por uma crise econômica mundial. A causa primordial desse terremoto reside no delirante cassino da especulação financeira, sendo que nos EUA esse crime foi incomparável.

É nesse grave contexto que vem mais uma vez à baila a questão fundamental da centralidade da questão nacional nos planos da macroeconomia e da política.
Quer dizer, o objetivo estratégico das forças políticas verdadeiramente interessadas no futuro de progresso dos Estados e justiça social dos povos deve estar intimamente ligado à soberania política das nações e às ações planejadas de uma economia não subordinada ou dependente de outros centros de decisão hegemônicos.
No Brasil isso implica em construir um grande leque de forças que corresponda, fundamentalmente, à unidade nacional, para que se possa impulsionar o projeto de crescimento do país.


 



Esse crescimento significa enfrentar o profundo abismo que existe entre as necessidades materiais e culturais da maioria da sociedade e o grande atraso nos instrumentos de produção social. Vale dizer, encarar, principalmente, os grandes desafios em educação, ciência e tecnologia, saúde, habitação e segurança.
Nunca é demais ser repetitivo em assunto dessa magnitude, mas a dívida social brasileira é sem dúvida o principal gargalo ao desenvolvimento do país. Nós podemos concluir, até com tranqüilidade, que mesmo com razoáveis índices de crescimento, como os dos últimos seis anos, os investimentos em produção social foram profundamente insuficientes.


 


Continua a aumentar incessantemente, o número de favelas em torno dos grandes centros populacionais do Brasil. As condições de saúde da população, mesmo universalizada, permanecem muito precárias e submetidas, sazonalmente, a epidemias, algumas já consideradas debeladas.


 


A criminalidade pesada, decorrente do avanço do tráfico de drogas, fator de acumulação de capital em altos estratos, contamina o tecido social, atingindo outras áreas da criminalidade, além de se transformar em fator de emprego e renda para amplos segmentos populacionais que vivem em condições acentuadas de pobreza.
Cabe ao Estado nacional, ainda mais no contexto da crise econômica mundial, promover a mobilização política e estratégias de desenvolvimento baseadas na soberania do país.

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