Eqüidade para as duas Beagás: + para quem precisa mais
Nada mais instigante do que as eleições municipais para desencadear em mim o pensar e pensar. Porém, o caráter sui generis de alguns fatos da política mineira desafiam meus neurônios. Que bicho surgirá do cruzamento do ''jeito petista de governar'' com ''
Publicado 17/09/2008 16:41
Em Beagá as marcas do jeito petista de governar são inúmeras e constituem um legado político, um patrimônio popular a defender. É certo que a maioria delas só aparecem com muito esforço, já que não se concretizaram conforme o prometido, só apontaram o rumo. Mesmo assim valem como tentativas de boas intenções.
Cabe perguntar por que muita coisa desandou após a primeira administração petista, a de Patrus Ananias, que carrega o selo de mito fundador, com poder de convencimento político que ainda arrebata corações e mentes? Digo, com esperanças renovadas, que a gestão Patrus Ananias demonstrou em palavras e atos que priorizava a busca de soluções para os problemas mais prementes da cidade, em áreas nas quais as políticas sociais fazem a diferença no presente e no futuro, notadamente na educação, na saúde, no saneamento básico, na habitação e na alimentação dignas e saudáveis. Sobretudo, comprometida com as duas beagás, considerando que o caminho da cidadania passava por diminuir o fosso que separa uma da outra, adotando a eqüidade: mais para quem precisa mais.
Tanto foi assim que no tempo de Patrus Ananias, apenas um dos possíveis exemplos, Beagá foi considerada a melhor gestora do SUS (Sistema Único de Saúde) em todo o Brasil e hoje vive afogada num mar de desdenhoso imobilismo e refém da falta de leitos de retaguarda para desafogar os serviços de urgência e emergência que, segundo estimativas oficiais do setor, é de 600 (seiscentos) leitos. Por que nada fizeram?
Trocando em miúdos: o caos reinante nos pronto-socorros e demais serviços de urgência e emergência, onde em geral se consegue atendimento, ainda que numa maca sem colchão, pois sempre há gente saindo pelo ladrão, mas quando se precisa de uma internação é uma tourada… Tamanho caos é da responsabilidade de quem? Ora, me compre um bode! Beagá é uma cidade de gestão plena do SUS, o que significa que, no mínimo, as gestões das quais o prefeito Pimentel foi vice-prefeito, prefeito substituto e prefeito pleno não deram conta do recado. Por outro lado, o ''choque de gestão'' estadual passou ao largo da saúde. E ponto final.
Urge recuperar as marcas de uma gestão cujo maior esforço foi para diminuir o fosso entre as duas beagás: aquela intra e extra limites da avenida do Contorno; aquela que mora na e a que mora longe da Savassi, como no poema ''Se você é belorizontino'', de Luiz Caversan. Afinal sabemos que ser belorizontino é um estado mental. Se você é ou está belorizontino: ''… acha a maravilhosa vista da Serra do Curral a coisa mais normal do mundo./…acha que ver montanhas no horizonte é uma coisa totalmente corriqueira/… sabe por que a Serra do Curral chama-se Serra do Curral'' (…). Afinal, ''Você vai à Praça da Liberdade ver a iluminação de Natal. Ou você pelo menos tenta. Porque é impossível estacionar o carro, então você fica dando voltas ao redor da praça com o carro no meio de um congestionamento monstro tentando ver os detalhes'' (…)
Se você é belorizontino sabe que a proposta política que respeita e recupera Beagá para todos nós, a partir da eqüidade, está personificada em Jô Moares.