Taj Mahal, meu mangalarga marchador

Eu poderia escrever páginas e páginas sobre a magia que a elegância e o ''pisar dos cavalos'' – a marcha, o trotar e o galopar – exercem sobre mim. Sertaneja, monto desde criança, pois animais eram meios de transporte essenciais num tempo e lugar de raros

Adquiri o Taj Mahal (símbolo do amor eterno, na Índia), um mangalarga marchador da Fazenda Bella Vista, um haras que aluga cavalos para cavalgadas, cuida de cavalos de outras pessoas e realiza sonhos indescritíveis, como as Cavalgadas de Lua Cheia! Fica bem ali em Carneiros, um povoado de Brumadinho, nos fundos do Retiro do Chalé, no cenário imponente da Serra da Moeda. Tudo temperado com o carinho dos irmãos Juarez, Julinho e Zé Reinaldo. www.portaldebrumadinho.com.br/cavalgada.asp


 


 


Cavalgada, hipismo ou equitação são faces da mesma moeda, do fascínio por cavalos e montaria, ao qual se agrega a eqüinoterapia, ou eqüoterapia, ou equitação  terapêutica – indicada como coadjuvante em tratamentos de disfunções emocionais, dependência química, amputações de membros, distrofia muscular, lesões medulares, cegueira, surdez, autismo, síndrome de Down, paralisia cerebral, retardo mental e… fonte de prazer, pois a integração cavalo, colegas e profissionais envolvidos produz sentimentos de realização e poder, estimula a auto-estima e carreia novas percepções e vivências.


 


 


Cavalgar, ou qualquer nome que se dê, é, ao mesmo tempo, uma técnica educativa e terapêutica, que trabalha simultaneamente aspectos físicos, sociais, mentais e emocionais de quem a pratica. O cubano Carlos Lleras diz da eqüinoterapia que ''Os resultados são 'assombrosos' em crianças surdas e cegas que aos cinco ou mais anos não caminhavam e com o tratamento o conseguiram''. As benesses da interação entre o ser humano e o cavalo são um saber antigo. Hipócrates, o ''Pai da Medicina'', em 377 a. C., prescrevia a montaria como meio regenerador da saúde.


 


 


Em 1901, na Inglaterra, o Hospital Ortopédico de Oswentry retomou a prescrição da montaria, conferindo-lhe valor científico moderno, com base em três princípios: 1. O calor corporal do cavalo como instrumento psicoafetivo e relax – cerca de 38º C – provoca no ser humano: alongamento e relaxamento muscular e dos ligamentos; e estimula a sensopercepção táctil e aumento do fluxo sanguíneo; 2. Transmissão de impulsos rítmicos do cavalo para a cintura pélvica, coluna vertebral e membros inferiores humanos; e 3.


 



Transmissão do padrão de marcha tridimensional do cavalo, equivalente ao padrão fisiológico da humana, fundamental no tratamento de disfunções neuromotoras, pois o cérebro humano registra movimentos isolados e uma gama de padrões motores.


 


 


Segundo o uruguaio Néstor Nieves, ''Supõe-se que um indivíduo, com o passo do
cavalo, faça 1,8 mil ajustes tônicos, o que gera estímulos psicológicos'', pois o movimento tridimensional do passo do cavalo obriga a quem o monta, para manter o equilíbrio, a movimentar em sincronia perfeita tronco, braços, ombros, cabeça e o resto do corpo, resultado dos efeitos neuro, senso e psicomotores. São de vulto os efeitos funcionais (estímulo do peristaltismo, da circulação e da respiração) e sociomotores – desenvolvimento da comunicação análoga e verbal, aumento da concentração e da atenção, confronto de temores pessoais, incremento de auto-confiança e de auto-estima, e de qualidades sociointegrativas, como cooperação, tolerância, paciência, diminuição da agressividade, capacidade de adaptação grupal e
senso de responsabilidade.

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