A luta vale a pena!

 A luta não é algo externo à realidade, mas a própria forma de existência do mundo real.

“Ser homem é precisamente ser responsável. É experimentar vergonha em face de uma miséria que não parece depender de si. É ter orgulho de uma vitória dos companheiros. É sentir – ao colocar a sua pedra – que contribui para construir o mundo. (…) Responsável pelo que se constrói de novo, lá, entre os vivos, construção de que ele deve participar. Responsável um pouco pelo destino dos homens, na medida do seu trabalho.”

Antoine de Saint-Exupéry – Terra dos Homens

Tendo completado 50 anos de militância no PCdoB e 56 anos de luta revolucionária, alguns me perguntam de onde retirar essa persistência e esse compromisso com a luta pela eliminação de toda e qualquer forma de opressão e de exploração.

Penso que isso tem a ver com a opção que fazemos diante da vida, entre uma existência medíocre – voltada à obtenção de bens materiais e frívolas “honrarias” – e uma existência plena e enriquecedora, comprometida com a “transformação do mundo”.

A vida e a dialética nos ensinam que tudo está em movimento e permanente transformação e que o que move esse eterno “vir-a-ser” é exatamente a luta entre contrários – seja na natureza, na vida social ou no pensamento. A luta, portanto, não é algo externo à realidade ou uma “perturbação” em uma pretensa “harmonia” ou “estabilidade” do universo, mas a própria forma de existência do mundo real.

Cabe-nos – nessa luta incessante e interminável, sempre inacabada – escolher entre estar do lado do avanço e do progresso da humanidade, ou do lado do atraso e do retrocesso.

Por mais sacrifícios e esforços que nos custe abrir caminho para o “NOVO”, ele é inelutável, não por conta de qualquer fatalismo – pois nada acontece na história sem a participação ativa e consciente de homens e mulheres –, mas porque surgirão inevitavelmente homens e mulheres, precursores dos novos tempos, determinados em fazer a “roda da história” avançar, sem medir sacrifícios ou conseqüências.

Neles estão concentradas as mais elevadas qualidades do espírito humano – desprendimento, solidariedade, coerência, destemor para a luta –, capazes de impulsionar as mais profundas transformações históricas e dar sentido e conteúdo às nossas vidas.

Sejamos dignos desses homens e dessas mulheres de vanguarda, que ao longo da história da humanidade – contraditória, com avanços e retrocessos – souberam desbravar novas sendas para a humanidade. E esforcemo-nos por fazer a nossa parte!

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