70 anos da Revolução Chinesa mostram que a história não acabou

As imagens que percorreram o mundo essa semana noticiando as comemorações do 70° aniversário da Revolução Chinesa colocam em xeque o pensamento ultraliberal que defende uma política econômica e social diametralmente oposta à que tem sido desenvolvida na China.  

O país socialista e conduzido por um partido comunista é a economia que mais cresce no mundo capitalista, em um patamar próximo aos 10% ao ano nos últimos trinta anos. É o retrato da estagnação do capitalismo e do quanto o socialismo pode oferecer ao mundo.

A China é uma civilização com mais de cinco mil nos de história, com um território gigantesco, marcado por variações de clima e de solo, com muitas áreas desérticas e outras geladas, constituindo grandes territórios não agricultáveis, com uma população de quase 1,5 bilhão de pessoas, das quais grande parte vivendo nos campos e em condições de pobreza. Sua história também é a história de um povo até então subjugado pelos grandes países do ocidente. Nos séculos 19 e 20, o território chinês foi atacado várias vezes, como nas duas guerras do ópio que contaram com forças inglesas, francesas e norte-americanas, ou mesmo no Massacre de Nanquim, promovido pelos japoneses entre 1937 e 1938. A conjunção desses fatores reservou ao povo chinês, na maioria dos tempos, uma realidade de fome, miséria e ataques à soberania nacional.

A partir da grande revolução de 1949 comandada pelo líder comunista Mao Zedong, que decretou a fundação da República Popular da China, o povo chinês começou a escrever um novo capítulo de sua história. Marcado pelo respeito aos trabalhadores, por uma postura altiva perante o mundo e por uma necessidade urgente de combater a miséria e o atraso econômico. No início dos anos 70 a China era apenas a 120° economia mundial. Esse caminho não foi fácil e nem se bastou em copiar outros modelos de países que implementavam a experiência socialista. Os chineses sempre traçaram um caminho com as particularidades da China, mesmo que isso tenha custado nas primeiras décadas experiências econômicas mal sucedidas.

No final dos anos 70 Deng Xiaoping, pai da política de Reforma e de Abertura, liderou a modernização da China para alcançar patamares consideráveis de crescimento e de combate à pobreza. Mais de 700 milhões de chineses deixaram a linha da pobreza. Em 2008 a China tinha 0,49 no índice de Gini e saltou para 0,40 em 2018, um avanço significativo. O país é hoje a segunda maior economia do mundo e deverá ultrapassar os EUA nos próximos cinco anos. A China lidera a produção e o consumo de celulares se destacando em várias outras áreas de ponta da tecnologia e da inovação, como o uso da internet 5G.

Atualmente, sob o comando de Xi Jinping segue crescendo a patamares superiores ao restante do mundo e continua na busca de uma elevação na qualidade de vida de sua população. Para tanto, defende a tese de uma única China com a reunificação pacífica, sob o manto de um país e dois sistemas. Com enorme poderio militar e econômico, tem pautado suas relações com o mundo de modo a buscar a paz mundial e a autodeterminação dos povos. Mesmo em relação a Taiwan, cujas manifestações são patrocinadas por países imperialistas que desejam desestabilizar a China, Xi se mantém na linha da busca pela paz e do equilíbrio nas relações externas.

A experiência chinesa nos comprova que o capitalismo e suas barbáries serão, um dia, superados pelo socialismo. Essa realidade se impõe porque não acabou a luta de classes, nem tão pouco a história. O que hoje parece ser uma realidade imutável, a do capitalismo, é apenas a pré-história de nossa civilização.

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