Chega de Mortes

 

Rio de Janeiro, 24 de Setembro de 2019.

Pai,

Já tinha falando em uma carta sobre uma morte de um criança, em uma favela, voltando pra casa, ainda com uniforme da escola.

Desta vez foi uma menina, de 8 anos apenas!

Ágatha estava voltando pra casa com a sua mãe, quando levou um tiro de fuzil.

Um tiro de Fuzil, pai!

Sempre em favela né?

Nunca acontece na zona Sul do Rio. Lá, as “balas perdidas” não encontram crianças, nem adultos. Nas favelas isso acontece toda hora.

Alguns dias antes, vi fotos de crianças abaixadas, se protegendo dentro de uma escola (em uma favela, é claro!), pra se proteger de tiros disparados por policiais, que atiravam de um helicóptero, sem se preocupar se acertariam algum inocente.

Pois é!

Sexta feira passada acertaram mais uma criança inocente!

E quando as mesmas pessoas que protestavam contra essas ações, foram protestar por um crime que já estava sendo alertado que iria acontecer, o governador deu uma coletiva, acusando essas pessoas de usarem o caixão pra fazer palanque.

Não coloque crianças dentro de caixões, e nós não transformamos eles em palanque!
Nessa política de confronto,, morrem mais inocentes, morrem mais policiais, e todo mundo fica com medo. Além de não resolver o problema.

Vi hoje que 30% das mortes violentas aqui no Rio são causadas por policiais.
A Ágatha faz parte desses 30%.

Ágatha era negra, e moradora de favela.  

Isso tem que parar pai!

Um beijo do seu filho,
Ivan

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