Bolsonaro e Amazônia: Sete erros

 

Nesta semana, o presidente Macron postou no twiter: “A floresta amazônica —os pulmões que produzem 20% do oxigênio do nosso planeta— está em chamas. Trata-se de uma crise internacional. Membros da Cúpula do G7 [que ocorre a partir do dia 24 na França], vamos discutir essa emergência daqui a dois dias”.

A isso, depois de muito refletir e copiar do seu assessor de imprensa, Bolsonaro respondeu:

“O Governo brasileiro segue aberto ao diálogo, com base em dados objetivos e no respeito mútuo. A sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7 sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século XXI”.

Para tão breve textinho, o presidente brevíssimo cometeu pelo menos sete erros.

O primeiro deles, também cínica mentira, “O Governo brasileiro segue aberto “, é de script alheio à sua pessoa e governo do incêndio. Todos sabem: o presidente bolso da família jamais esteve aberto. Ao longo de sete meses sempre esteve fechado, até como uma fórmula de esconder os seus crimes;

O segundo deles, ao diálogo”, que é também uma cínica mentira, no pouco que abriu para além do bolso deles, esse desgoverno nunca foi de diálogo. Ou melhor, pôde até conversar, desde que o “diálogo” se desse nos termos primitivos da Família fundamentalista.

No terceiro deles, “com base em dados objetivos”, as posições do governo a que chegamos jamais se basearam em dados objetivos. Pelo contrário, é dele a negação de todas as evidências científicas do desmatamento na Amazônia. Se alguma vez a sua posição esteve baseada, foi no fumo. Não da maconha, que despreza em público. Mas do fumo que significa fumaça, de fogo, de floresta. Nela, hoje, há muito fumo.

No quarto, ao falar que possui “respeito mútuo”, comete mais um escândalo. Respeito?! Mútuo? Para quem, cara pálida? A ninguém, fora do seu estreito e estreitíssimo círculo familiar, o desastre a que chegamos respeita.

No quinto, ao mencionar “assuntos amazônicos”, ele faz de conta não saber que a Amazônia é parte do mundo, é comum a toda humanidade, e nenhum país da terra pode fechar os olhos à sua bárbara destruição, mesmo que com os olhos repletos de fumaça.

No sexto, reclama e protesta que o “G7 sem a participação dos países da região…” . Mas quando o G7, a reunião dos países mais ricos, teve a participação do Brasil? Estaríamos no tempo do governo Lula, convidado de honra? Não. Em breve twitter, o capitão faz um esforço demagógico a ponto de evacuar dia sim e dia sim.

No sétimo, ao se referir à “mentalidade colonialista descabida no século XXI”, ele tem uma amnésia grave, daquela do gênero mais recente, ao esquecer o seu papel de legitimar uma intervenção armada contra a Venezuela. Mentalidade colonialista na terra dos outros é boa e tá OK?

Por fim, depois de cometer sete erros, o seu tweet ainda usa a palavra “evoca” Isso não é do seu vocabulário, sempre chulo e pornográfico. Evoca vem de quem já leu a poesia de Manuel Bandeira, antes de se curvar ao oportunismo de servir a um governo AntiBrasil.

Além de errar 7 vezes em tão curta mensagem, o desgoverno brevíssimo comete fake redação. Queima a Amazônia e queima Bandeira, do Brasil e de Manuel.

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