Além da minha modesta imaginação

Quais os limites das investigações espaciais?

Não há limites. Avança na proporção direta da sofisticação dos métodos e equipamentos de pesquisa. E da ousadia dos cientistas.

Agora mesmo se anuncia uma descoberta tão curiosa quanto instigante: A sonda New Horizons da Nasa exibiu uma imagem nova e considerada ultra detalhada de um objeto espacial com o formato de boneco de neve e o denominou “Ultima Thule”, que em latim quer dizer "um lugar além do mundo conhecido".

Esse “lugar”, ou seja, onde estava o tal objeto, dista aproximadamente 6,5 ​​bilhões de quilômetros da Terra.

Dá para ter uma ideia clara do que isso significa? Não consigo.

E me ponho a imaginar o emaranhado de hipóteses que uma descoberta como essa suscita. Quanto mais perguntas, melhor.

Escreveu Albert Einstein que no processo de investigação científica frequentemente o maior mérito cabe a quem formulou a pergunta e não necessariamente a quem obteve a resposta.

Faz sentido. Se o Homo erectus, nosso ancestral mais imediato, vivente no período neolítico, cerca de 7 mil anos AC, não tivesse se inquietado ao presenciar faíscas serem geradas pela fricção de galhos de árvores embalados pela força do vento, e feito suas próprias tentativas, o modo de gerar fogo não teria sido descoberto nem cumprido o papel decisivo que passou a ter para a sobrevivência dos grupos que se espalharam mundo afora. Sobretudo os que viveram (e vivem) em regiões mais frias.

E entre perguntas e respostas tem caminhado a Humanidade.

Esse tal “Ultima Thule” mesmo já havia sido descoberto em 2014, através do telescópio espacial Hubble (um satélite astronômico artificial não tripulado que transporta um grande telescópio para a luz visível e infravermelha) como um pequenino corpo constituído por rocha e gelo. Mas os pesquisadores queriam vê-lo “de perto” para terem uma ideia menos obscura do que se trata mesmo.

Agora já sabem como o dito cujo provavelmente é. O próximo passo é saber a sua exata essência e o porquê de estar ali na alça de mira, pronto para gerar mais inquietações e mais perguntas.
Cá com meus modestíssimos botões de ex-pretendente a cientista – veleidade que abandonei ao entrar na Faculdade de Medicina da UFPE – sempre impressionado com o anúncio de novas descobertas, torço para estar vivo e consciente quando da descoberta de seres vivos e inteligentes em alguma parte desse infinito Universo.

Serão eles beneficiários de um modus vivendi harmônico e justo ou também se desenvolvem impulsionados pelos conflitos de classe?

Bom, essa pergunta talvez seja precipitada demais. E até inconveniente nos tempos bicudos do bolsonarismo, em que até o vento é tido como suspeito de ser invencionice marxista…
Melhor aguardar pacientemente.

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