Especial: Álbuns da Copa, de 1970 a 1998 – PARTE 1, os anos 70

A partir de 1970 a Panini passou a produzir álbuns de figurinhas da Copa do Mundo, e assim acontece até os dias de hoje. Já está na banca a edição do Mundial de 2018. Muitos acreditam que a Copa de 2014 pode ter sido o exemplar com o maior número de vendas. Apesar da fabricante não emitir dados oficiais que propiciem uma comparação adequada, as 100 milhões de cópias impressas do Mundial realizado no Brasil apontam para que esse seja o maior sucesso de todos os tempos.

Por Thiago Cassis*

Mexico 70

Nessa primeira parte do especial sobre os álbuns das copas produzidos no século XX, começamos com a década de 70. Nesse período três torneios aconteceram, consequentemente, a mesma quantidade de edições dos álbuns. Falaremos primeiro sobre o álbum de 1970…
1970

O álbum da Copa de 1970, que aconteceu no México, trazia em suas primeiras páginas figurinhas dos mundiais anteriores, de 1930 até 1966, assim jogadores como Stabile, da Argentina, Schiavo, da Itália, os brasileiros Leônidas, Didi e Garrincha, o uruguaio Ghiggia, os hungáros Kocsis e Puskas, o português Eusébio, entre outros craques, ganharam seus cromos no álbum de estreia. Uma figurinha com o pôster oficial de cada mundial e a foto da equipe campeã completavam a abertura.


O craque Leônidas, figurinha no álbum de 70
relembrando a Copa de 1938

Ghiggia, fez a diferença na Copa de 50
e virou figurinhas 20 anos depois

Na sequência, assim como hoje em dia, as seleções apareciam por ordem de grupos da Copa, começando com o anfitrião, naquela ocasião o México, desde então o cabeça de chave do primeiro grupo. A seleção do Uruguai ainda aparece com o seu distintivo anterior, Israel faz sua única aparição em álbuns da Copa, e as seleções brasileiras, inglesa, italiana e alemã aparecem com seleções recheadas de craques.

O símbolo do Uruguai na Copa de 1970

No caso da equipe do Brasil, além da constelação de estrelas, é curioso notar que nenhum atleta atuava fora do país, fato que ainda se repetiria por algumas Copas. O goleiro titular Félix, não ganhou figurinha, no álbum estão Ado, do Corinthians e Leão, do Palmeiras. E é a única vez que Pelé aparece como jogador em um álbum da Copa, sem dúvida uma figurinha raríssima na história do futebol.

Pelé!



Cartaz da Alemanha 1974

A Copa do Mundo da Alemanha Ocidental de 1974, traz em sua capa, lançada em alguns países, o enunciado “Munique 74”, mas na verdade foi realizada em 9 cidades daquele país. Dessa vez, as Copas anteriores são relembradas com cromos de lances das partidas e jogadores levantando troféus. Existe também, antes das figurinhas das seleções participantes, uma sequência no mínimo curiosa dos mascotes do mundial jogando futebol e na sequência cromos dos estádios onde seriam realizadas as partidas.

Beckembauer, e a Alemanha Ocidental
de agasalho e camisa verde no álbum da Copa

A seleção alemã abre o álbum, com um agasalho azul da Adidas, e por baixo, a tradicional segunda camisa verde. O famoso treinador, Helmut Schön ganha uma figurinha, assim como o presidente da federação da Alemanha Ocidental na época. Fazendo o papel de “Muro de Berlim” no álbum está a seleção australiana, isso porque ela está justamente entre as duas Alemanhas no álbum. Os comunistas do lado oriental participaram naquela ocasião do único mundial de sua história, e justamente no grupo dos rivais ocidentais, completando aquele complexo grupo (ao menos politicamente falando) estava o Chile, que um ano antes tinha passado por um golpe militar, que fez com que a União Soviética desistisse de participar do torneio, mas isso é outra história… (que pode ser lida aqui). (e aqui a história do jogo entre as duas Alemanhas)

O cromo da equipe da Alemanha Oriental

A seleção brasileira também ganhou figurinhas do treinador, Zagalo, e do presidente da federação, João Havelange, mas nem todas as seleções do álbum ganharam. Aqui mais uma vez, só atletas brasileiros atuando atuando em clubes nacionais.
Outro grande destaque da edição de 1974 é a seleção holandesa, que fazia sua primeira parição em mundiais, e trazia ao álbum craques como Cruyff, em sua única aparição em um álbum de Copa e já como atleta do Barcelona, Rep, Krol, Neeskens, todos do Ajax, entre muitos outros craques. Eram as duas páginas da lendária “Laranja Mecânica”.

Cruyff, a estreia da Holanda nos álbuns das Copas

Como, naquela época, apenas 16 seleções se classificavam para a Copa, era natural que muitas grandes equipes ficassem de fora, então no álbum daquele ano resolveram o problema incluindo quatro figurinhas de algumas boas seleções que ficaram pelo caminho e não garantiram vaga para o mundial. Entre elas estão Inglaterra, União Soviética, França, Espanha e Portugal.
1978

Para a Copa do Mundo de 1978, na Argentina, a empresa que produz o álbum mais uma vez mais uma vez abre a edição com lembranças de mundiais anteriores, dessa vez, foto da equipe campeã, um jogador da seleção que levantou a taça e os pôsteres de cada torneio mais uma vez estão presentes. Na sequência os estádios estão representados por ilustrações ao invés de fotos.

Houseman e Kempes, figurinhas da Argentina
que levantaria sua primeira taça do mundo.
O então jovem Platini no álbum de 1978
O já experiente Rivelino, na Copa e atuando pelo Fluminense.
No álbum de 2018 não tem nenhum jogador atuando por clubes brasileiros

A seleção que conquistaria aquela Copa, a Argentina abre o livro ilustrado. Com Passarela, Ardiles, Houseman, Kempes e companhia, algumas páginas depois, o jovem Platini aparece na seleção francesa. Na Polônia brilha o craque Lato mas na Holanda Cruyff não apareceu, pois não viajou em protesto contra a ditadura que vigorava no país anfitrião. A seleção do Irã faz sua estreia em um álbum. E para encerrar, mais uma vez, grandes seleções que ficaram fora, com a Dinamarca recebendo algum reconhecimento pela primeira vez. Como em 74, são 4 atletas e mais o símbolo de equipes que poderiam ter ido, mas não foram…

Algumas equipes que não iam para a Copa
ganhavam algumas figurinhas mesmo assim…