Setembro

Pouco mais de um mês nos separam do dia da eleição. Primeiro turno no caso dos cargos executivos.

Deve sair nos próximos dias uma nova pesquisa, agora do Ibope, que fui a campo no ultimo fim de semana. Pesquisas temor de quem está atrás e alegria de quem está à frente. Quem está subindo, elogia e qualifica a pesquisa e quem está caindo a desqualifica. É assim desde que o samba é samba.

Vamos ver então se a nova pesquisa mostra um quadro consolidado ou em alteração? Seja pró ou contra. A Marina Silva que, surfando na onda do imponderável, cresceu vertiginosamente.
Por isso levou, está levando e levará todo tipo de bordoada! Vulnerável e cheia de contradições típica de quem já se sentia fora, de certa forma, do jogo. Afinal, nem ela esperava que fosse se tornar candidata desta forma. Resta saber até que ponto os eleitores que querem mudança, e muitos querem, acham que ela pode levar a cabo.

Uma olhada mais atenta nas pesquisas mostra quadro ainda em evolução ou ebulição. Diz à pesquisa que de cada “dez entrevistados, oito querem mudança”, aliás, isso já foi detectado, em julho/agosto do ano passado. Alguns diziam que só não existia um candidato ainda capaz de galvanizar esse sentimento. Ou seja, a taxa de desejo de mudança chega aos 79% três a mais que a pesquisa anterior. Por isso até que a palavra de ordem e o slogan de campanha da Dilma se referem, corretamente, a mudança! Em 2002 quando Lula ganhou a eleição do Serra, essa taxa batia aos 80%.

Marina venceria Dilma, ainda segundo a pesquisa, nas regiões Sudeste e Centro Oeste, respectivamente, 35% a 26% e 39% a 29%. Isso num eventual segundo turno.

Ainda nesta condição a vitória de Dilma se consolida no Nordeste (47% a 31%) e no Norte (46% a 31%). O problema atual da candidata Dilma Rousseff é a rejeição, que chega a 35% contra a da Marina, que por enquanto, chega a 15%. Digo por enquanto por ser inevitável, agora que ela é alvo das duas principais campanhas. O possível eleitor da Marina, segundo os dados seriam jovens (42% a 31%), Ensino Superior (43% a 21%) e habitam as cidades médias, entre 200 e 500 mil habitantes (38% a 26%).

Só que isso tudo é projeção para o segundo turno, cuja avaliação depende ainda do resultado do primeiro. A Marina será confrontada com as suas contradições e as visíveis limitações do seu programa.

O Jânio de Freitas, da FSP (tucana) destaca em sua coluna do domingo, um aspecto importantíssimo que é a questão energia. O sofisma “Temos que sair da idade do Petróleo” foi desmontado com competência pelo escriba. Que ainda ajuda com fatos a combater o também reacionário argumento do Tucano Aécio. A questão da Petrobras é estratégica e emblemática. Vitima de ataque feroz das elites midiáticas e rentistas do nosso país e de fora. Parece que ataca-la é uma senha para ganhar confiabilidade do setor e apoio para ganhar a eleição.

Além disso, tem os temas polêmicos que justamente é afeito a esses seguimentos que dão maioria temporária nas pesquisas a candidata da Rede/PSB. Transgênicos, diversidade sexual, religião, aborto e etc. Devem tirar da Marina votos dos que têm posições progressistas e querem mudança.

Mudança é o sentimento, mudar é a necessidade. Mostrar para o povo que a proposta de mudança melhor é com a Dilma, será uma tarefa não tão simples, mas necessária.

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