Ministro terá que se explicar sobre espionagem da Abin contra CNBB

 O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno Ribeiro, terá que dar explicações na Câmara dos Deputados sobre a denúncia de espionagem que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estaria fazendo nos integrantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Por Iram Alfaia

Ministro Heleno - Reprodução da Internet

 Por considerar o caso “muito grave”, o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA) diz que vai protocolar nesta terça (11) requerimento à Mesa da Casa solicitando a convocação do ministro para prestar esclarecimentos.

Publicada pelo jornal Estado de S.Paulo, a denúncia revelou que o Palácio do Planalto quer conter um avanço da Igreja Católica na liderança da oposição ao Governo Bolsonaro. O alerta teria sido feito por informes da Abin e dos comandos militares.

Tradicional aliada do PT, a Igreja estaria se articulando para influenciar nos debates antes protagonizados pelo partido.

Os informes relatam sobre um encontro no Vaticano entre cardeais brasileiros com o papa Francisco para discutir a realização do Sínodo sobre Amazônia a ser realizado em outubro, em Roma.

Na assembleia estariam em pauta assuntos como desmatamento, mudanças climáticas, a questão indígena e dos quilombolas, todas consideradas pautas de esquerda.

Além da convocação, o ministro poderá sofrer processo. O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) já comunicou que vai representar contra o general Heleno por crime de improbidade administrativa.

“Ele está utilizando servidores públicos para espionagem com finalidades politico-ideológicas”, protestou.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) diz que se a informação for comprovada é “gravíssima”.

“Põe o Governo do lado daqueles que menosprezam o direito à liberdade, privacidade e de organização. Não podemos ignorar essa ação. Queremos respostas!”, postou a parlamentar na sua conta no Twitter.