Projeto que institui o Dia Nacional do Maracatu é aprovado

O Projeto de Lei da deputada federal, Luciana Santos, presidenta do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), que institui o 1ª de agosto como Dia Nacional do Maracatu foi aprovado na última quarta-feira (7), pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) . Por unanimidade, a comissão apreciou e aprovou o parecer apresentado pelo deputado Rubens Pereira Jr. (PCdoB-MA).

Maracatu é um ritmo musical, dança e ritual de sincretismo religioso com origem no estado brasileiro

“A instituição de uma data nacional nos ajuda a visibilizar e fortalecer essa expressão cultural tão rica. Colabora com o esforço e a perseverança de muitos agentes que dedicam suas vidas a manter viva essa tradição, cuidando e transmitindo esses saberes através das gerações”, comentou a deputada pernambucana.

Há pouco mais de dois anos, Luciana recebeu uma mensagem sugerindo que a parlamentar apresentasse um projeto de data nacional para celebração da cultura dos maracatus. Até então os Maracatus tinham data comemorativa apenas em dois estados: Pernambuco e Ceará. Como membro da Comissão de Cultura e da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura, a parlametnar iniciou uma série de conversas com grupos de vários estados, realizou audiências públicas e recolheu apoiamentos através de abaixo-assinado online. No dia 15 de março, a deputada apresentou o PL 7133/2017, que institui o dia 1º de agosto como Dia Nacional do Maracatu.

Em 31 de agosto de 2017, o PL foi analisado pela Comissão de Cultura (CCult) e o parecer do deputado Tadeu Alencar (PSB/PE) foi aprovado por unanimidade. No último dia 7, foi a vez da CCJ analisar a proposta. O parecer do deputado Rubens Pereira Junior (PCdoB/MA), também foi aprovado por unanimidade.

De acordo com o relator é preciso reconhecer a importância dos Maracatus por se tratar de uma das expressões culturais mais tradicionais e ricas do nosso país. “É importante fazer valer a identidade do povo brasileiro e o fortalecimento dessas expressões”, comentou Rubens Jr.

Para Luciana, é simbólica a instituição desta data dentro do novembro negro. O brinquedo é uma herança das tradições do povo negro, com fortes laços com sua religiosidade que traz consigo elementos da miscigenação com os costumes indígenas e também dos povos portugueses. “A instituição de uma data nacional nos ajuda a visibilizar e fortalecer essa expressão cultural tão rica. Colabora com o esforço e a perseverança de muitos agentes que dedicam suas vidas a manter viva essa tradição, cuidando e transmitindo esses saberes através das gerações”, comentou.

O Maracatu está presente em várias partes do país, é uma dança, uma música, um ritual de sincretismo religioso, um bloco fantasiado, colorido, que segue o som de tambores, chocalhos e gonguê em cortejo. De origem afro-brasileira, há indícios históricos que apontam que o maracatu surgiu em meados do século 18, a partir da miscigenação musical das culturas portuguesa, indígena e africana.

Em Pernambuco, documentos mostram que o Maracatu originou-se de coroações de soberanos do Congo e de Angola, apontam mais sobre a manifestação desde o ano de 1674. "Esses indícios foram encontrados na igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos da Vila de Santo Antônio do Recife", descreve o site Estudo Prático.

O dia 1º de agosto foi designado em homenagem a Luiz de França, o “Mestre Luiz”, que comandou o Maracatu Leão Coroado, de Pernambuco, por 40 anos (ele faleceu em 2017). O Leão Coroado é o mais antigo grupo sem interrupção e completou 156 anos em 2018.“Homenagear o mestre Luíz de França é homenagear todas aquelas pessoas que honram seus antepassados e mantém viva a nossa cultura através dos tambores, da dança e do orgulho de suas raízes.”, pontuou a propositora da lei.

O projeto segue para apreciação do Senado.