Usiminas em Ipatinga (MG) tem morte e explosão na mesma semana

Um dia depois de um trabalhador terceirizado ser enterrado em Ipatinga (MG) enquanto realizava uma operação na Usiminas, a empresa registra mais um grave acidente de trabalho. Nesta sexta-feira (10) uma explosão no gasômetro da empresa pode ter ferido até 30 trabalhadores, segundo informou ao Portal Vermelho o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e região, Geraldo Magela Duarte. Os números ainda não são oficiais.

Por Railídia Carvalho

trabalhador morre em acidente na usiminas. sindicato dos metalúrgicos de ipatinga denuncia condições "assassinas " de trabalho

Segundo o sindicalista, a Usiminas ainda não respondeu às cobranças do sindicato sobre a explosão nesta sexta. “Extraoficialmente o que sabemos é que deram entrada no (hospital) Márcio Cunha 30 trabalhadores com ferimentos. Não sabemos a gravidade e nem se este número é confirmado”, informou Magela.

De acordo com ele, a Usiminas deve ter aproximadamente 12 mil trabalhadores, entre contratados diretamente e terceirizados. Magela afirmou que o sindicato tem realizado cobranças junto à empresa no que se refere à segurança no trabalho. “Recebemos muitas denúncias, principalmente dos trabalhadores terceirizados. Quem tem que garantir a segurança do trabalhador é a empresa”.

O trabalhador enterrado nesta quinta-feira (9) era terceirizado da empresa Amoi e trabalhava dentro da Usiminas na Searia 2 em uma tubulação. Magela contou que ele não usava Equipamento de Proteção Individual, por exemplo, e um dos motivos da morte foi a inalação de gás.

Segundo o sindicato, Luis Fernando, trabalhava em uma escada quando foi atingido pelo gás e ficou 30 minutos a espera de socorro. Outro trabalhador que estava com Fernando foi atingido mas não corre risco de morte.

“Não sabemos ainda se ele era especializado. Era um mecânico que foi cumprir uma ordem na Usiminas mas que precisaria no mínimo de treinamento e equipamento de proteção. E não tinha. Sabemos do risco do vazamento de gás por isso a necessidade do equipamento”. O sindicato realizou protesto na entrada da fábrica para denunciar as más condições de trabalho.

Ao lado da negligência com o EPI, os trabalhadores terceirizados reclamam das jornadas exaustivas e da manipulação do banco de horas. “A reforma trabalhista liberou tudo. Liberou a terceirização, a empresa está liberada para homologar em lugar do sindicato. Depois do golpe piorou drasticamente a condição da classe trabalhadora. Por isso temos que fazer a luta”, concluiu Magela.