Professores argentinos fazem greve de 48 horas por melhores salários

O recomeço das aulas após as férias de inverno será adiado em vários pontos da Argentina, uma vez que a Confederação de Trabalhadores da Educação convocou uma greve de 48 horas em defesa da negociação coletiva.

Greve de professores na Argentina - Resumen Latinoamericano

No quadro do longo conflito que os professores mantêm com o governo de Maurício Macri, exigindo negociação coletiva, melhores salários e condições de trabalho, e dizendo “não” à política de destruição da Escola Pública, a Confederação de Trabalhadores da Educação da República Argentina (CTERA) declarou-se em estado de “mobilização e alerta”, e decidiu convocar uma nova paralisação, na semana passada, depois de as mais recentes negociações com o governo não terem resultado em um bom acordo.

Com a greve de 48 horas, iniciada nesta segunda-feira (30), que terá incidência na Cidade de Buenos Aires e nas províncias de Buenos Aires, Chaco, Corrientes, Santa Cruz e Terra do Fogo, os professores exigem a resolução dos conflitos latentes nestas regiões, a “abertura urgente de negociações salariais” com os docentes a nível nacional e uma nova lei de financiamento para a educação pública.

Em comunicado, o CTERA expressou ainda o seu mal-estar com o pedido de ajuda financeira do governo ao Fundo Monetário Internacional, que, em seu entender, trará consequências negativas para os professores, como o ataque ao Fundo de Incentivo Nacional Docente (complemento salarial) e ao direito de reforma.

“Pedimos o fim da perseguição e da estigmatização das organizações sindicais e dos seus dirigentes, reafirmando mais uma vez que a solução para os conflitos deve ocorrer num quadro de diálogo e consenso, e não de ameaças aos trabalhadores”, diz o comunicado oficial da Confederação.

No final de Maio, a Marcha Federal Educativa reuniu mais de 200 mil professores argentinos na capital do país, em luta pela negociação coletiva e contra a degradação da Escola Pública.