Meta de Bolsonaro é reduzir direitos e dar licença para polícia matar

O deputado federal e pré-candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, participou do programa Roda Viva desta segunda-feira (30). Na entrevista ele criticou a intervenção no Rio de Janeiro por não proteger os militares de acusações de abusos e defendeu a licença do estado para matar e disse que se eleito e o congresso aprovasse excludente de ilicitude, autorizaria policiais militares a atirar para matar.

Jair Bolsonaro - Reprodução/TV Cultura

Bolsonaro disse que, se eleito, não vai manter a intervenção no Rio. “Essa intervenção não está resolvendo nada”, afirmou. “Lógico que não deu certo, não tem uma retaguarda jurídica. Não tem a forma de engajamento. Vou trabalhar para aprovar o excludente de ilicitude, para que os policiais possam atirar em quem atira neles”, defendeu.

As declarações do presidenciável provocaram poucas reações da bancada de jornalistas escalados para o programa. Enquanto na entrevista de Manuela D'Ávila, pré-candidata do PCdoB à presidência, as interrupções foram constantes e as perguntas mais pareciam uma sessão da inquisição, Bolsonaro fez a defesa de suas teses conservadoras com tranquilidade.

"O sujeito disse que Mandela não é isso tudo, que Herzog se suicidou, que a escravidão é culpa dos africanos e o que seu livro de cabeceira é o do torturador Brilhante Ustra. O problema do dito não é de política: é de caráter", resumiu Manuela nas redes sociais.

Quando o assunto é direitos, sejam humanos, trabalhistas ou da mulher, Bolsonaro tem um discurso único: reduzir. Disse que a reforma trabalhista aprovada por Temer deve ser aprofundada disse que ainda que criaria uma CLT “diferente” para os trabalhadores rurais, com menos direitos do que os de empregados urbanos.

“É difícil ser patrão no Brasil. Eu podia ter uma microempresa no Rio. Dadas as condições que existem na lei, você é desestimulado. Acho que no campo a CLT tinha que ser diferente. O homem do campo não pode parar no Carnaval, sábado, domingo e feriado. A planta vai estragar, ele tem que colher. E fica oneroso demais o homem do campo observar essas folgas nessas datas, como existe na área urbana”, afirmou.

A sua verborragia em defesa da supressão de direitos dos trabalhadores continuou. “É melhor menos direitos e emprego do que todos os direitos e desemprego”, disse.