Ciro: País não terá paz enquanto Lula não tiver restaurada a liberdade

Durante encontro com sindicalistas em que recebeu a chamada Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora, que reúne a pauta de reivindicações aos candidatos à presidência, nesta quinta-feira (19), , o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, voltou a criticar o Judiciário e disse que o processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é uma "aberração".

Ciro Gomes - Foto: Guilherme Santos/Sul21

Segundo ele, "o Brasil não será um país em paz enquanto o companheiro Lula não tiver restaurada sua liberdade". Ciro disse que a série de ações desencadeadas após a decisão do desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional da Federal da 4ª Região, que concedeu um habeas corpus ao ex-presidente, evidenciaram a crise institucional que o país enfrenta.

"Olhando para a política a gente percebe todo dia até uma irresponsabilidade de uma parte da nossa grande mídia, todo dia o mau exemplo do privilégio, da roubalheira e um verdadeiro caos institucional. Procurador fazendo política, juiz fazendo política, invadindo as atribuições uns aos outros, dos Poderes", afirmou.

Ele disse que assistiu assustado a guerra de decisões do judiciário para manter Lula encarcerado. "Como é que pode tanta aberração lidando com coisas graves como a liberdade do maior líder popular do país ou o próprio direito, regra de convivência que substitui a lei do mais forte, a prepotência, a violência e o caos", afirmou.

Sobre a pauta de 22 itens entregue pelos sindicalistas, Ciro disse que se trata de uma agenda que representa uma "contribuição absolutamente grave, importante e central para minha postulação à Presidência do Brasil".

Ele afirmou que o país vive "a maior crise da sua história moderna", uma crise "de muitas caras", ainda mais profunda que a recessão de 1929. Uma crise moral, com uma parcela crescente da população está tomando o caminho da "revolta", e social, acrescentou, citando diversos indicadores.

O pré-candidato reafirmou que, em seu eventual governo, cada reserva de petróleo entregue às multinacionais será retomada, "com as devidas indenizações", e prometeu que sua gestão "servirá aos mais pobres e aos trabalhadores". Em eventos anteriores, Ciro chegou a falar em revogação da Lei 13.467, de "reforma" trabalhista, um dos itens da pauta das centrais.

Ciro reconheceu que “comete alguns erros”. “Preciso sinalizar a todos os brasileiros de boa-fé que não sou o dono da verdade, eu cometo erros. Não me custa nada reconhecer isso, mas nenhum deles foi por deserção”, disse ele.

“Quem quiser, quem puder me ajudar, será muito bem-vindo, mas saibam daquela porta para fora que este governo que eu liderar servirá aos mais pobres e trabalhadores.”