Neytanto ao choro, Neytanto ao histrionismo nas redes sociai

Já foi cantado em verso e prosa que o Brasil venceu a Costa Rica em um sufocante 2 a 0, nos acréscimos. Ao final da partida, Neymar, que marcara o segundo, chorou.

Por Ricardo Flaitt, no Lance

Neymar - LEE SMITH/REUTERS

As lágrimas de Neymar tornaram-se caudalosos rios de discussão, desaguando em afirmações como: Neymar é fraco emocionalmente, Neymar não está preparado para lidar com a pressão, Neymar é mimado, Neymar vive em uma redoma, por isso não suporta o mundo real, dentre outras intermináveis conclusões.

A questão que se verticaliza é: – Como extrair tantas conclusões a partir do choro de Neymar? Creio que não.

Longe de querer aqui blindar o jogador, ao contrário, mas o fato é que se faz necessário analisar Neymar quanto ao seu futebol praticado em campo, durante as partidas.

Se jogou bem, se jogou mal, se foi individualista quanto precisava soltar mais a bola, se errou muitos passes, se errou ao reclamar demais e levar um cartão que poderá tirá-lo de uma partida importante, se acertou muitos passes, se foi decisivo ou apagou-se na partida, se o seu posicionamento correspondia ao que o técnico determinou (individualmente e coletivamente), como se comportou taticamente no todo da equipe, dentre outras infinitas variáveis desses tempos de dissecação total estatística e mapas de calor das partidas e dos jogadores.

Tudo isso deve, para o bem ou para o mal, ser objeto de análise, não seu choro ao final do jogo, frisa-se, ao final do jogo. Fosse durante a partida seria outra história, porque isto quebraria toda “a lógica” de quem disputa um jogo de futebol.

Mas também há um contraponto importante nessa carpidagem. Se por um lado analisar as lágrimas de Neymar é demasiado, em contrapartida, Neymar também precisa absorver melhor a sua dimensão, evitando desabafos carregados nas redes sociais, como se o mundo todo conspirasse contra o craque da Seleção, que ainda tem cinco partidas para mostrar o quão decisivo e grande é capaz de ser dentro de campo, com a bola nos pés.

Neytanto ao choro, Neytanto ao histrionismo nas redes sociais.