Israel defende Estado Curdo como manobra de desestabilização

Um ano se passou desde que os curdos iraquianos conduziram um referendo apoiado por Israel pela criação do Estado do Curdistão. Agora, a ajuda pode vir oficialmente por meio de um projeto de lei submetido ao Parlamento israelense

curdos no Iraque

Parlamentares israelenses discutiram meios de ajudar os curdos a construir seu estado na Síria, Iraque e Turquia. De acordo com uma das estações de rádio de Israel, o projeto foi submetido ao Knesset por dois partidos de direita israelenses, o Likud e o Yisrael Beiteinu. A rádio citou Yoav Kish dizendo que, dada a minoria curda que vive nos países citados (todos eles geralmente são hostis a Israel) o movimento proposto seria jogado nas mãos do Estado israelense.

"Há uma razão para que Israel tenha sido o primeiro a parabenizar publicamente pela independência dos curdos no norte do Iraque", acrescentou Kish.

Em 2017, Israel se tornou o único país a apoiar o plebiscito curdo que endossou a secessão curda do Iraque — um desenvolvimento que foi vigorosamente criticado em todo o mundo.
Naquela época, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu afirmou que Tel-Aviv apoiava o que chamou de "esforços legítimos do povo curdo para atingir um estado próprio". Juntamente com o apoio político, Israel foi declaradamente um grande comprador do petróleo do Curdistão e o principal investidor na região em 2017. Além disso, Israel também tenta desestabilizar ainda mais a região fronteiriça entre Irã, Turquia e Síria estimulando a criação de um Estado Curdo independente.

O referendo sobre a independência do Curdistão iraquiano, ocorrido em 25 de setembro, provocou mudanças na região. Mais de 90% dos eleitores que participaram do plebiscito apoiaram a independência de Bagdá. As autoridades iraquianas declararam o referendo ilegal, enquanto a Turquia e o Irã criticaram veementemente o plebiscito e ameaçaram impor duras sanções à capital do Curdistão iraquiano, Erbil.