Presidente do Chile diz que repressão foi “democrática”

Em um vídeo divulgado na na abertura da XXV “Conferência das Partes da Convenção-Quadro”, das Nações Unidas, sobre Mudanças Climáticas (CO25), realizada em Madri, capital da Espanha, o presidente chileno Sebastián Piñera falou sobre a situação do seu país, que assiste a um verdadeiro levante popular contra o neoliberalismo.

Piñera

O Chile, de acordo com Piñera, vive “tempos difíceis” e “uma onda de violência criminosa”, que o governo enfrenta “com os instrumentos da democracia e do Estado de Direito”.

“Nas últimas seis semanas, experimentamos (…) uma onda de violência criminosa que enfrentamos com os instrumentos da democracia e do Estado de Direito, protegendo os direitos humanos de todos”, disse ele, afrontado a realidade cotidiana das ruas chilenas.

Piñera também afirmou que “qualquer desvio” dos princípios da democracia no Estado de Direito será investigado pelo Ministério Público e julgado em tribunal”.

Nesse sentido, o presidente chileno prometeu trabalhar para materializar “a demanda legítima por justiça social” e superar os “tempos difíceis” pelos quais o Chile está passando.

O Chile sediaria a cúpula do CO25, no entanto, declinou em novembro após a situação caótica no país; a reunião foi transferida para a Espanha.

Piñera aproveitou a oportunidade para agradecer “a generosidade e compreensão” do país ibérico para sediar o evento.

Desde 18 de outubro, o Chile passa por manifestações populares. O governo respondeu às demandas populares com repressão brutal. O Instituto Nacional de Direitos Humanos contabilizou 2808 cidadãos feridos que tiveram que ser hospitalizados e denunciou que membros da polícia cometeram “graves violações de direitos humanos”.

A Promotoria investiga 26 mortes de manifestantes, cinco deles devido à participação de agentes do Estado.