Evo Morales: A luta não termina aqui

Ao anunciar sua renúncia, o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que a luta pela igualdade e pela paz seguirá com o povo. Ele destacou que governou a Bolívia ao longo de quase 14 anos e construiu “uma pátria livre, com inclusão, dignidade, soberania e força econômica”.

Evo Morales

Evo Morales disse que renunciou depois de não obter êxito na tentativa de pacificar o país – chegou a propor a convocação novas eleições gerais – e conter a violência promovida por partidários dos oposicionistas Carlos Mesa e Fernando Camacho, inclusive com agressões aos seus correligionários do Movimento ao Socialismo. “Eu me demiti para que Mesa e Camacho não continuem perseguindo, sequestrando e maltratando meus ministros, líderes sindicais e suas famílias e para que não continuem prejudicando comerciantes, sindicatos, profissionais independentes e transportadores que têm o direito de trabalhar”, escreveu em em sua conta no Twitter. Morales reiterou que Camacho e Mesa são responsáveis ​​pelos acontecimentos na Bolívia, inclusive o que pode acontecer a ele e ao vice-presidente Álvaro García Linera.

"Sinto muito por este golpe civil, com apoio de parte da polícia que se dobra e ataca a democracia, contra a paz social, com violência, com intimidação para intimidar o povo boliviano", disse ele em uma intervenção feita em Chimoré, Cochabamba, um bastião do processo de mudança liderado por ele.

Evo Morales deixou claro que a luta não termina aqui, os mais humildes, os pobres, os setores sociais, os bons patriotas continuarão essa luta pela igualdade pela paz. Ele enfatizou que, neste momento, é importante dizer ao povo boliviano que é necessário buscar essa pacificação. O ex-presidente se dirigiu ao povo boliviano para reafirmar sua honestidade e disse que não precisou fugir para provar roubou alguma coisa. Ele também defendeu o seu legado e conclamou o povo a ser manter mobilizado. “Se você diz que não trabalhamos, veja os milhares de obras construídas graças ao crescimento econômico. Os humildes, os pobres que amam o país continuarão essa luta”, afirmou.

Lembrou que governou a Bolívia por 13 anos, nove meses e 18 dias, “graças à unidade e vontade do povo. Democrata convicto, enfatizou: “somos acusados ​​de ditadura daqueles que nos perderam em tantas eleições. Hoje a Bolívia é uma pátria livre, uma Bolívia com inclusão, dignidade, soberania e força econômica”.