Maia diz que Eduardo Bolsonaro pode ser punido pelo tom autoritário

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), diz que a fala do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) admitindo o uso de instrumento como o Ato Institucional número 5 (AI 5), usado na ditadura militar para aprofundar a repressão no país, é passível de punição no parlamento.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia

Em entrevista a Leda Nagle divulgada nesta quinta-feira (31) no canal do You Tube da jornalista, Eduardo Bolsonaro diz que se a esquerda brasileira "radicalizar", uma resposta pode ser "via um novo AI-5".

"Uma Nação só é forte quando suas instituições são fortes. O Brasil é um Estado Democrático de Direito e retornou à normalidade institucional desde 15 de março de 1985, quando a ditadura militar foi encerrada com a posse de um governo civil. Eduardo Bolsonaro, que exerce o mandato de deputado federal para o qual foi eleito pelo povo de São Paulo, ao tomar posse jurou respeitar a Constituição de 1988. Foi essa Constituição, a mais longeva Carta Magna brasileira, que fez o país reencontrar sua normalidade institucional e democrática", afirmou Rodrigo Maia por meio de nota.

Segundo o deputado, "a Carta de 88 abomina, criminaliza e tem instrumentos para punir quaisquer grupos ou cidadãos que que atentem contra seus princípios – e atos institucionais atentam contra os princípios e os fundamentos de nossa Constituição".

"O Brasil é uma democracia. Manifestações como a do senhor Eduardo Bolsonaro são repugnantes, do ponto de vista democrático, e têm de ser repelidas como toda a indignação possível pelas instituições brasileiras. A apologia reiterada a instrumentos da ditadura é passível de punição pelas ferramentas que detêm as instituições democráticas brasileiras. Ninguém está imune a isso. O Brasil jamais regressará aos anos de chumbo", finaliza a nota