Senadores articulam voto aberto para denunciar Bolsonaro

Representantes de diferentes partidos discutiram nesta semana estratégias para "constranger politicamente" a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) à embaixada do Brasil nos Estados Unidos (EUA), se confirmada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, pai do parlamentar.

Trump, Eduardo e Jair Bolsonaro

Segundo Andréa Sadi, no seu blog no Portal G1, parlamentares de base e de oposição articulam um movimento para que os senadores abram seus votos, no microfone, e exponham sua posição publicamente, se o nome de Eduardo for submetido ao Senado.

A votação é secreta por imposição constitucional. Diz o artigo 52 que compete ao Senado "aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente".

A ideia em discussão, nos bastidores, é repetir o ambiente tumultuado e de pressão criado no plenário do Senado em fevereiro, durante a eleição para o comando da Casa, segundo Andréa Sadi.

Agora, senadores discutem como cobrar o voto aberto no caso de Eduardo Bolsonaro. Senadores de base e de oposição se dizem surpresos com a iniciativa do presidente de indicar um filho para a embaixada, no entanto, avaliam como "complexa" a rejeição do nome dele, por se tratar de um filho do presidente.

Por isso, a estratégia é "expor ao máximo" o "desgaste político" da indicação junto à população. Além disso, para aprovar o nome de Eduardo Bolsonaro, parlamentares admitem que cobrarão liberações de emendas e cargos.